Solidão e sentimento de existência nos Devaneios de J.-J. Rousseau
DOI:
https://doi.org/10.18764/2966-1196v1n2.2024.23Parole chiave:
Solitude, Sensibilidade, Existência, RousseauAbstract
Um dos desafios para interpretar o pensamento de Rousseau consiste no problema da articulação entre a vida e a obra do filósofo. Somente após os estudos de Starobinski, a articulação entre as teorias e as experiências de vida do filósofo passou a ser considerada mais seriamente. Apesar da centralidade da questão da interferência das transformações sociais e econômicas nas relações interindividuais, esta interpretação põe em destaque as modificações psicoemocionais, produzidas pela disparidade crescente entre a vida privada e a maneira como o indivíduo se apresenta na vida social. Nesse contexto, o problema da unidade do indivíduo e sua autenticidade torna-se objeto de uma análise minuciosa, que envolve uma nova compreensão do pensamento do filósofo genebrino, a partir de sua obra autobiográfica. O texto aqui apresentado dedica-se a discutir passagens da obra autobiográfica Les Rêveries du promeneur solitaire escrita ao final da vida do filósofo, as quais enunciam a possibilidade de superação do problema da dissociação do eu interior, presente na crítica à civilização, inserida nas obras teóricas do filósofo.
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