As categorizações dos treinadores da seleção brasileira

a construção do imaginário do cargo de técnico

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2176-5111v17n30.2022.15

Palavras-chave:

Copas do Mundo, treinadores, narrativas, categorizações

Resumo

Neste artigo, que é um recorte da tese de doutorado, vamos apresentar as categorizações usadas por três jornais nacionais sobre os técnicos da seleção brasileira durante as primeiras nove Copas do Mundo (1930-1970), período que classificamos como “a invenção do treinador no Brasil”. Partimos da compreensão de que a representação dos treinadores na imprensa vai tornar a pluralidade de possibilidades de sentido sobre esta figura em algo singular. Para mapear essas singularizações adotamos o método de categorização de pertencimento de Sacks (1974). A partir dessa metodologia, analisamos 2.351 reportagens, dentre as quais 577 falavam sobre os treinadores e encontramos as seguintes categorizações: doutor (12), senhor (3), delegado (1), técnico (76), comandante (2), diretor (3), nome de batismo (437), treinador (20), coach (1), selecionador (15), gordo (2), preparador (5). Analisar as expressões usadas sobre essa personagem se torna fundamental para perceber qual sentido foi elaborado para este ator social.

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Publicado

2022-12-29

Como Citar

MOSTARO, Filipe Fernandes Ribeiro.
As categorizações dos treinadores da seleção brasileira: a construção do imaginário do cargo de técnico
. Cambiassu: Estudos em Comunicação, v. 17, n. 30, p. 87–105, 29 Dez 2022 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cambiassu/article/view/19788. Acesso em: 22 dez 2024.

Edição

Seção

Artigos