KIERKEGAARD E A TRANSFORMAÇÃO DO SUJEITO EM SI MESMO ENTRE A VERTIGEM DA LIBERDADE E O PARADOXO ABSOLUTO DA FÉ

Autores

Palavras-chave:

Kierkegaard, Sócrates, ironia, angústia, subjetividade, fé.

Resumo

Atribuindo à ironia a possibilidade de exercício e desenvolvimento da liberdade subjetiva, Kierkegaard sublinha a negatividade absoluta como característica do referido processo em Sócrates, convergindo para assinalar o absoluto e irredutível valor do indivíduo em um movimento que implica o início absoluto da vida pessoal entre criar-se (poeticamente) e deixar-se criar (poeticamente). Dessa forma, contrapondo-se à dissolução da existência humana nas fronteiras da pura conceituação intelectual, Kierkegaard assinala a tensão inaplacável entre existência e transcendência em um movimento que implica a interioridade e guarda correspondência com a necessidade de tornar-se subjetivo, tendo em vista a perspectiva que defende que a verdade consiste na transformação do sujeito em si mesmo entre a vertigem da liberdade e o paradoxo da fé em um processo que encerra angústia e desespero e converge para a transição do ético ao religioso.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luiz Carlos Mariano da Rosa, "Universidade Cândido Mendes (UCAM / RJ)"

Graduado em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais (CEUCLAR - SP) e graduando em Teologia pelo Universidade Estácio de Sá (UNESA - RJ), pós-graduado em Filosofia pela Universidade Gama Filho (UGF - RJ) e pós-graduado em Ciências da Religião pela Universidade Cândido Mendes (UCAM - RJ), Luiz Carlos Mariano da Rosa é professor-pesquisador e filósofo-educador no Espaço Politikón Zôon - Educação, Arte e Cultura, tendo como objeto de interesse a construção do conhecimento e à inter-relação que envolve as formas simbólicas constitutivas da "realidade" humana, além dos princípios capazes de assegurar uma sociedade igualitária e uma ordem política baseada no interesse comum. Lecionando Introdução à Filosofia, História da Filosofia e Teoria do Conhecimento no Laboratório de Estudos Sociais e Políticos Ágora (Espaço Politikón Zôon / EPZ - SP), Luiz Carlos Mariano da Rosa é autor de O Todo Essencial, Universitária Editora, Lisboa, Portugal, Quase Sagrado, Politikón Zôon Publicações, São Paulo, Mito e Filosofia: Do Homo Poeticus, Politikón Zôon Publicações, São Paulo, O Direito de Ser Homem: Da alienação da desigualdade social à autonomia da sociedade igualitária na teoria política de Jean-Jacques Rousseau, Politikón Zôon Publicações, São Paulo, Determinismo e Liberdade: a condição humana entre os muros da escola, Politikón Zôon Publicações, São Paulo, O Direito de Ser Homem: Liberdade e Igualdade em Rousseau, Novas Edições Acadêmicas, Saarbrücken, Alemanha, e, entre outras obras, Hobbes, Locke e Rousseau: Do direito natural burguês e a instituição da soberania estatal à vontade geral e o exercício da soberania popular, Politikón Zôon Publicações, São Paulo, trazendo em seu currículo acadêmico diversos artigos científicos publicados pelas revistas especializadas nas áreas de Educação, Teoria do Conhecimento, Ciências da Religião e Filosofia Política.

Referências

ALMEIDA, Jorge M.; VALLS, Álvaro L. M. Kierkegaard. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.

BEAUFRET, Jean. Introdução às filosofias da existência: de Kierkegaard a Heidegger. Tradução de Salma Tannus Muchail. São Paulo: Duas Cidades, 1976.

BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. Gênesis. Tradução de João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada. São Paulo / Barueri: Cultura Cristã / Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

BINETTI, María J. La posibilidad necesaria de la libertad. Un análisis del pensamiento de Søren Kierkegaard. Pamplona/Spain: Cuadernos de Anuario Filosófico (Serie Universitaria, 177), 2005.

BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia grega. Volume I. Petrópolis / RJ: 1986.

FARAGO, France. Compreender Kierkegaard. São Paulo: Vozes, 2005.

GEISLER, Norman L. Enciclopédia de apologética: respostas aos críticos da fé cristã. Tradução de Lailah de Noronha. São Paulo: Editora Vida, 2002.

GILLES, Thomas Ranson. História do Existencialismo e da Fenomenologia. São Paulo: EPU – Editora da Universidade de São Paulo, 1971.

GOUVÊA, Ricardo Q. Paixão pelo Paradoxo. Uma Introdução a Kierkegaard. São Paulo: Fonte Editorial, 2006.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Princípios da filosofia do direito. Tradução de Orlando Vitorino. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

KIERKEGAARD, Søren Aabye. Diário de um sedutor; Tremor e Temor; O Desespero humano. Traduções de Carlos Grifo, Maria José Marinho, Adolfo Casais Monteiro. São Paulo: Abril Cultural, 1979.

KIERKEGAARD, Sören Aabye. O conceito de angústia. Tradução de Torrieri Guimarães. São Paulo: Hemus, 1968.

KIERKEGAARD, Søren Aabye. O conceito de ironia. Constantemente referido a Sócrates. Tradução de Álvaro Luiz Montenegro Valls. Petrópolis / RJ: Vozes, 1991.

KIERKEGAARD, Søren Aabye. Pós-Escrito às Migalhas Filosóficas. Tradução de Álvaro Luiz Montenegro Valls e Marília Murta de Almeida. Vol. I. Petrópolis / RJ: Vozes, 2013.

KIERKEGAARD, Søren Aabye. Textos selecionados. Tradução de Ernani Reichmann. Reimpressão. Curitiba: UFPR, 2001.

LE BLANC, Charles. Kierkegaard. Tradução de Marina Appenzeller. São Paulo: Estação Liberdade, 2003.

MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. Tomo III (K-P). Tradução de Maria Stela Gonçalves et al. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2004a.

MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. Tomo IV (Q-Z). Tradução de Maria Stela Gonçalves et al. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2004b.

PAULA, Marcio Gimenes. O silêncio de Abraão: os desafios para a ética em Temor e Tremor de Kierkegaard. Interações - Cultura e Comunidade, Belo Horizonte / MG, v. 3, n. 4, p. 55-72, 2008.

Downloads

Publicado

2018-09-21

Como Citar

Mariano da Rosa, L. C. (2018). KIERKEGAARD E A TRANSFORMAÇÃO DO SUJEITO EM SI MESMO ENTRE A VERTIGEM DA LIBERDADE E O PARADOXO ABSOLUTO DA FÉ. Cadernos Zygmunt Bauman, 8(17). Recuperado de https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/bauman/article/view/9194