POESIA, ENGENHARIA, SOCIEDADE: OS ANOS DE FORMAÇÃO DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO

Autores

  • Bruno Gambarotto

Resumo

Pode-se dizer que, tradicionalmente, o interesse pela racionalidade cabralina levou a crítica (em uma espécie de processo mimético da obra estudada) à investigação do fenômeno da forma. No que toca à fortuna crítica do poeta, são significativas as tentativas de acesso a sua lógica construtiva, espelho do que se identifica como esforço de tematização e investigação da materialidade da experiência e da percepção humana. Nesse sentido (que inclui o diálogo do poeta com a tradição construtiva das vanguardas europeias), o canto a palo seco da poesia cabralina chama a atenção pelo domínio crítico das manifestações da vida em relação a um sujeito da percepção – o que lança a um segundo e distante plano qualquer vínculo entre a objetividade da poesia de Cabral e a resposta que esta dá à vontade de conhecimento e construção da sociedade brasileira representada pela tradição Modernista. Neste ensaio, tentaremos conciliar essas duas perspectivas, demonstrando que a elaboração de uma noção construtiva de poesia – proposta por Cabral na aproximação que promove entre poesia, arquitetura e engenharia em suas primeiras coletâneas, de Pedra do sono a Psicologia da composição – passa pela comunhão entre modernização e democracia inerente às hostes progressistas do Modernismo.

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Publicado

2017-06-16

Como Citar

GAMBAROTTO, Bruno.
POESIA, ENGENHARIA, SOCIEDADE: OS ANOS DE FORMAÇÃO DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO
. Afluente: Revista de Letras e Linguística, p. 38–61, 16 Jun 2017 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/afluente/article/view/7021. Acesso em: 24 dez 2024.

Edição

Seção

Seção Temática - João Cabral de Melo Neto: o inconformado conformista