VARIAÇÃO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO:

A UTILIZAÇÃO DOANIME ONE PIECE (1999) PARA A REFLEXÃO DE LÍNGUA MATERNA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2525-3441v8n23.2023.39

Palavras-chave:

Animes, Aporte pedagógico, Ensino, Língua Materna

Resumo

A cultura pop nipônica tem se mostrado cada dia mais difundida e consumida pelos jovens contemporâneos ocidentais (ALENCAR, 2010). Visto que os mangás e animes são tipos de narrativas apreciados pela classe dos estudantes (LUYTEN, 2012), aplicá-las em sala de aula para o ensino de língua materna pode suscitar resultados positivos. Casseb-Galvão e Neves (2017) defendem que inserir a dublagem e legendagem de obras televisivas e cinematográficas no ambiente escolar, também pode auxiliar educadores nas aulas de português. Por essa razão, o presente trabalho objetivou apresentar o anime japonês One Piece (1999-2023), de Eiichiro Oda, como um útil material pedagógico para se pensar a variação do português brasileiro. A dublagem do referido anime demonstrou utilizar diferentes elementos linguísticos, como a variação de faixa etária e, principalmente, a social, para caracterizar suas personagens. Consequentemente, essa narrativa possibilita discutir questões pertinentes, tais como hierarquização linguística, o que resulta na hierarquização social. Ainda, a adequação linguística que as personagens da trupe do chapéu de palha fazem em diferentes situações, permite afirmar que o bidialetalismo funcional (SOARES, 2017) é um dos prováveis caminhos para a ascensão social de alunos pertencentes às camadas populares no sistema capitalista brasileiro. O artigo evoca para análise as personagens Luffy, Chopper, Nami, Usopp, Sanji, Robin e alguns outros secundários, oficiais da marinha, para se refletir as variedades estigmatizadas e de prestígio. Portanto, espera-se que com essa pesquisa, os animes possam ser vistos como possíveis aportes pedagógicos para o ensino de língua materna.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria da Guia Taveiro-Silva, Uemasul

É professora, Adjunto IV, da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL). Nessa Universidade, trabalha no Curso de Letras Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Letras – CCHSL, e no Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGLe), Mestrado em Letras, modalidade Profissional. Tem formação em Letras Português e Inglês, pela Universidade Estadual do Maranhão (1988) e em Pedagogia, pela Universidade Federal do Maranhão (2001). É mestre em Educação (2007), pela Universidade de Brasília (UnB) e doutora em Linguística (2012), pela mesma Universidade. 

Gilberto Freire de Santana, Uemasul

Professor da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL), coordenador e professor permanente do Curso de Mestrado em Letras da UEMASUL, docente permanente do Curso de Mestrado em Letras da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Doutorado em Letras, Teoria Literária, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2011). Membro da Academia Imperatrizense de Letras. Coordenador o grupo GELITI (Grupo de Estudos Literários e Imagéticos), atuando na linha de pesquisa Estudos Literários em Diálogos com Outros Saberes e Ensino e Cinema.

Kezia da Silva Calixto, Uemasul

Graduada em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade Estadual da Região Tocantina do MA. Especialista em Literatura Brasileira pela Faculdade Focus. Mestra em Letras pela Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão. Foi Pesquisadora pela Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL) durante o período de 2017-2018, pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento do Maranhão (FAPEMA) durante o período de 2018- 2020. Participante do Grupo de Estudos Literários e Imagéticos de Imperatriz (GELITI) e ao Cineclube Muiraquitã, ambos da Univerdade Estadual da Região Tocantina do Maranhão.

Referências

ALENCAR, Thiago. O animê: públicos, consumo e modos de apropriações culturais. Monografia (Bacharel em Produção em Comunicação e Cultura). Universidade Federal da Bahia: 2010. Disponível em: < https://repositorio.ufba.br/handle/ri/31011> Acesso em: 02 set. 2022.

AMADO, Jorge. Capitães de Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

BAGNO, Marcos. Português ou Brasileiro? Um convite à pesquisa. São Paulo: Parábola Editorial, 2017.

BORTONI-RICARDO, Stella. Manual de Sociolinguística. São Paulo: Editora Contexto, 2014.

CALVET, Louis-Jean. Sociolinguística: uma introdução crítica. São Paulo: Editora Parábola, 2002.

CASSEB-GALVÃO, Vânia; NEVES, Maria. O todo da língua: teoria e prática do ensino de português. São Paulo: Parábola Editorial, 2017.

COELHO, Izete Lehmkuhl, GÖRSKI, Edair Maria, MAY, Guilherme Henrique, SOUZA, Christiane Maria N. de. Para conhecer a Sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2015.

FERRAREZI, Celso Jr. Pedagogia do silenciamento: a escola brasileira e o ensino de língua materna. São Paulo: Parábola Editorial, 2014.

KOYAMA-RICHARD, Brigitte. Mil anos de mangá. São Paulo: Estação Liberdade, 2022.

LUYTEN, Sonia. Mangá: o poder dos quadrinhos japoneses. São Paulo: Hedra, 2012.

ODA, Eiichiro. One Piece. São Paulo: Panini, 2022.

ONE PIECE. Direção: Konosuke Uda. Produção: Toei Animation. Japão: Toei Animation,

Disponível em: < https://www.crunchyroll.com/pt-br/one-piece> Acesso em: 26 ago. 2022.

SANTONI, Pablo. Animês e Mangás: a identidade dos adolescentes. Dissertação (Mestrado em Educação em Artes Visuais). Universidade de Brasília: 2017. Disponível em: < https://repositorio.unb.br/handle/10482/24480?mode=full> Acesso em: 01 set. 2022.

SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo: Editora Contexto, 2014.

Downloads

Publicado

2024-04-02

Como Citar

TAVEIRO-SILVA, Maria da Guia; SANTANA, Gilberto Freire de; CALIXTO, Kezia da Silva.
VARIAÇÃO DO PORTUGUÊS BRASILEIRO: : A UTILIZAÇÃO DOANIME ONE PIECE (1999) PARA A REFLEXÃO DE LÍNGUA MATERNA
. Afluente: Revista de Letras e Linguística, v. 8, n. 23, p. 476–494, 2 Abr 2024 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/afluente/article/view/21625. Acesso em: 22 dez 2024.