ANÁLISE DO DISCURSO DO EX-SECRETÁRIO ESPECIAL DA CULTURA: VOZES (NEO)NAZISTAS E(M) DIÁLOGO TROPICALIZADO

Autores

  • Marcos Alexandre Fernandes Rodrigues Mestrando em Estudos da Linguagem pelo Programa de Pós-Graduação em Letras, do Instituto de Letras e Artes (ILA), da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).
  • Kelli Machado da Rosa É professora Adjunta na Universidade Federal do Rio Grande, atuando na graduação e também no corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL - FURG).

Palavras-chave:

Vozes (neo)nazistas, Bolsonarismo, Diálogo (neo)nazista tropicalizado, Bivocalização discursiva.

Resumo

O objeto de investigação científica desta pesquisa é o discurso do então Secretário Especial da Cultura, Roberto Alvim, contextualizado no dia 16 de janeiro do ano de 2020, acerca dos novos rumos da cultura brasileira. Pensando nas relações dialógicas evocados por esse pronunciamento, esta pesquisa visa, por meio das relações dialógicas, averiguar reflexos e refrações semânticas dos signos ideológicos mobilizados em articulação com vozes socioideológicas; e examinar as recorrências temáticas e estilístico-composicionais engendradas no processo de bivocalização discursiva. Para tal empreitada, respalda-se em um referencial bibliográfico e interpretativo que põe em interlocução estudos da língua(gem) de Bakhtin (2018), Volóchinov (2018) e Medviédev (2016) com estudos historiográficos sobre o nazismo. Como procedimento metodológico, seleciona-se a declaração de Roberto Alvim como corpus discursivo, concebendo-o como histórico, social, ideológico e constituído por vozes sociais e relações dialógicas. Os resultados permitem concluir que Roberto Alvim, legitimado e autorizado pelo horizonte de valores bolsonarista pautado na posição axiológica do mito, instaura em seu discurso um diálogo (neo)nazista tropicalizado com a voz de Joseph Goebbels, um dos líderes do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP), no processo de bivocalização discursiva. Na integração da sintaxe e de recursos léxico-semânticos do discurso de Goebbels, Alvim mobiliza signos ultranacionalistas sobre novos rumos da cultura brasileira. Para velar esse diálogo com o nazismo, disfarça, pela sintaxe, recursos léxico-semânticos do discurso do Ministro do Esclarecimento e da Propaganda de Adolf Hitler. Em vista desse diálogo (re)velado, não usa aspas tampouco travessões para diferir as vozes das imbricadas enunciações.

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Biografia do Autor

Marcos Alexandre Fernandes Rodrigues, Mestrando em Estudos da Linguagem pelo Programa de Pós-Graduação em Letras, do Instituto de Letras e Artes (ILA), da Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Mestrando em Estudos da Linguagem pelo Programa de Pós-Graduação em Letras, do Instituto de Letras e Artes (ILA), da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). É membro do projeto de pesquisa "Discurso das mídias e(m) análise dialógica: caminhos teóricos e metodológicos".

Kelli Machado da Rosa, É professora Adjunta na Universidade Federal do Rio Grande, atuando na graduação e também no corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL - FURG).

É professora Adjunta na Universidade Federal do Rio Grande, atuando na graduação e também no corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL - FURG). Além disso, coordena o projeto de pesquisa "Discurso das mídias (e)m análise dialógica: caminhos teóricos e metodológicos", desenvolvido no Instituto de Letras e Artes da FURG.

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Publicado

2021-12-04

Como Citar

FERNANDES RODRIGUES, Marcos Alexandre; MACHADO DA ROSA, Kelli.
ANÁLISE DO DISCURSO DO EX-SECRETÁRIO ESPECIAL DA CULTURA: VOZES (NEO)NAZISTAS E(M) DIÁLOGO TROPICALIZADO
. Afluente: Revista de Letras e Linguística, p. 124–145, 4 Dez 2021 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/afluente/article/view/16427. Acesso em: 22 dez 2024.

Edição

Seção

Estudos Linguísticos