v. 17 n. 49 (2024): Chamada Temática nº 49 - Religião e Ditadura: 60 anos do golpe de 1964

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Em 2024, o Brasil lembrará os 60 anos do golpe que instalou um estado de exceção no país, subtraindo direitos, perseguindo, torturando e assassinando professores, estudantes, políticos, sindicalistas, por todo o Brasil. Instituições religiosas, lideranças e membros de templos, igrejas e terreiros não passaram ilesos a esse período, fosse apoiando, denunciando, combatendo ou simplesmente silenciando diante do regime ditatorial.

No início deste século, fontes históricas de diversas naturezas, algumas delas até então desconhecidas por pesquisadores, vêm contribuindo para aprofundar o conhecimento sobre o período compreendido entre 1964 e 1985, revelando contradições e complexidades que atravessaram não somente o Estado e suas instituições, como, também, movimentos sociais, partidos políticos, grupos revolucionários e contrarrevolucionários, imprensa, pessoas comuns e, ainda, as instituições religiosas e seus membros.

Este dossiê, portanto, tem como objetivo reunir artigos de pesquisadores que, ao longo das últimas décadas, têm se debruçado na investigação e análise das relações e do comportamento de instituições religiosas e seus integrantes frente ao regime ditatorial, bem como dos desdobramentos advindos a partir daí para a conformação do cenário político e, também, religioso no Brasil.

Trata-se de uma proposta que não somente atualiza o debate acerca do período ditatorial no Brasil como, também, contribui para análises sobre as relações entre religião e política no país, a partir de aspectos e elementos históricos que reconfiguraram o cenário brasileiro nas últimas décadas. É importante lembrar que, recentemente, viu-se a ascensão de um presidente cujo governo defendeu explicitamente o fortalecimento das Forças Armadas, a defesa de uma agenda moral e conservadora eivada por componentes religiosos fundamentalistas.

Esperamos, assim, que a proposta deste dossiê seja aprovada e, dessa forma, venha a contribuir para reflexões sobre a ditadura no Brasil a partir do envolvimento dos diversos segmentos, instituições e lideranças religiosos com a política e os movimentos sociais cujas ações caracterizaram aquele período.

Prof. Dr. Adroaldo Almeida

Doutor pela Universidade Federal Fluminense, é professor Titular do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão. É membro fundador da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR) e membro do GT de História das Religiões da Associação Nacional de Professores de História (ANPUH). É autor do livro “Pelo Senhor, marchamos! Evangélicos e ditadura militar no Brasil (1964-1985)” publicado pela EDUFMA. Tem publicado capítulos de livros, artigos científicos e realizado entrevistas principalmente com temas com foco na relação entre evangélicos e política no Brasil.

Prof. Dr. Paulo Cesar Gomes

Pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF) e doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com período de estágio no Institut des hautes études de l’Amérique latine (IHEAL/Universidade Paris 3). É autor dos livros “Os bispos católicos e a ditadura militar brasileira: a visão da espionagem” (Record, 2014) e “Liberdade vigiada: as relações entre a ditadura militar brasileira e o governo francês” (Record, 2019). É pesquisador vinculado ao Núcleo de Estudos Contemporâneos (NEC) da UFF.

Publicado: 2024-04-08

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