O Santuário Nacional de Aparecida e o Sesquicentenário da Independência em 1972

Autores

Palavras-chave:

Igreja Católica, Sesquicentenário da Independência, Aparecida, consenso, ditadura civil-militar

Resumo

Este artigo tem como objetivo compreender a participação da Igreja Católica nas comemorações do Sesquicentenário da Independência do Brasil, em 1972, a partir da atuação do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. A ideia é refletir sobre a participação da cúpula católica nos festejos da Independência para além da noção de “batalha pelo patriotismo” que, segundo Kenneth Serbin, envolveu bispos e militares no contexto da festa mais popular da ditadura. Assim, o artigo destaca as aproximações entre o clero do Santuário Nacional e o governo Médici em nome de um imaginário cívico-patriótico que, de alguma forma, estava sintetizado na imagem da padroeira do Brasil e ajudou a compor o consenso social em torno da ditadura civil-militar, justamente no momento de maior repressão.

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Biografia do Autor

Janaina Martins Cordeiro, Universidade Federal Fluminense

Professora Adjunta de História Contemporânea do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutora em História pela UFF (2012), com estágio de doutoramento pelo Centre d Histoire de Sciences Politiques de Paris (2009-2010, Bolsa CAPES-COFECUB) e Mestra pela mesma instituição (2008). Graduada em História pela Universidade Federal de Viçosa (Bacharelado - 2006; Licenciatura - 2005). É Bolsista de Produtividade do CNPq, nível 2 e Jovem Cientista do Nosso Estado da Faperj. Pesquisadora vinculada ao Núcleo de Estudos Contemporâneos (NEC/UFF) e ao EUROPA - Núcleo de Estudos em História Moderna e Contemporânea. Possui Pós-Doutorado pela UFF (CNPq, 2012-2013 e FAPERJ Nota 10, 2013-2014) e pela UNICAMP (CNPq, 2021-2022). Autora dos livros "A ditadura em tempos de milagre: comemorações, orgulho e consentimento" (FGV, 2015) e "Direitas em movimento: a Campanha da Mulher pela Democracia e a ditadura no Brasil" (FGV, 2009). Possui experiência na área de História, com ênfase em História Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: memória, historia, direitas, ditaduras e regimes autoritários.

Mathews Mathias, Universidade Federal Fluminense

Doutorando do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF). Possui graduação (licenciatura) e mestrado em História pela mesma instituição. Foi bolsista PROATEC do Centro de Memória, Pesquisa e Documentação do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj). É vinculado ao Núcleo de Estudos Contemporâneos da UFF (NEC/UFF), e integra a rede de investigação Direitas, História e Memória (DHM). Escreve a coluna "Religião e política no mundo contemporâneo" do site História da Ditadura. Possui experiência na área de História, com ênfase em História Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: ditadura civil-militar brasileira, memória, direitas e Igreja Católica.

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Publicado

2024-04-08

Como Citar

CORDEIRO, Janaina Martins; MATHIAS, Mathews.
O Santuário Nacional de Aparecida e o Sesquicentenário da Independência em 1972
. Revista Brasileira de História das Religiões, v. 17, n. 49, p. 97–117, 8 Abr 2024 Disponível em: http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rbhr/article/view/23006. Acesso em: 11 mai 2024.