“O QUE O ESTADO PRECISA FAZER POR NÓS, QUILOMBOLAS, NESTA PANDEMIA, É PARAR DE TENTAR NOS MATAR”: racismo e rodovia/BR 135, Território quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)

Autores

Resumo

“WHAT THE STATE NEEDS TO DO FOR US, QUILOMBOLAS, IN THIS PANDEMIA, IS TO STOP TRYING TO KILL US”:

racism and highway / BR 135, Territory quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA)

 

“LO QUE NECESITA HACER EL ESTADO POR NOSOTROS, QUILOMBOLAS, EN ESTA PANDEMIA, ES DEJAR DE TRATAR DE MATARNOS”:

racismo y carretera / BR 135, Santa Rosa dos Pretos territorio quilombola (Itapecuru-Mirim/MA)

  

Resumo

O contexto é o projeto de duplicação da rodovia/BR 135 em plena pandemia mundial sobre territórios quilombolas no estado do Maranhão desde 2017. “O que o estado precisa fazer por nós, quilombolas, nesta pandemia, é parar de tentar nos matar, como fazem agora com a possibilidade de retomada das obras de duplicação da BR 135”. Neste artigo, o foco são as narrativas, elas revelam como lideranças quilombolas estão lendo racismo, margens e produzindo resistências. Partimos da escuta etnográfica e de entrevistas não estruturadas de lideranças do território quilombola Santa Rosa dos Pretos, localizado no município de Itapecuru-Mirim/MA para mostrar que mesmo diante de um cenário de pandemia mundial provocada pela Covid 19, os projetos desenvolvimentistas seguem avançando. Assim, se morre pela não titulação, pelo Covid e pela rodovia.  A duplicação da rodovia 135 em plena pandemia mundial é a continuidade da colonialidade por outros meios. O covid 19 provoca a morte física, os empreendimentos a morte: física, psíquica e social.

Palavras – chave: Violências, Desenvolvimento, Quilombos, Resistências.

 

Abstract

The context is the project to duplicate the highway / BR 135 in the middle of a worldwide pandemic on quilombola territories in the state of Maranhão since 2017. “What the state needs to do for us, quilombolas, in this pandemic, is to stop trying to kill us, as they do now with the possibility of resuming the duplication works on BR 135 ”. In this article, the focus is on narratives, they reveal how quilombola leaders are reading racism, margins and producing resistance. We start from the ethnographic listening and unstructured interviews of leaders from the quilombola territory Santa Rosa dos Pretos, located in the municipality of Itapecuru-Mirim / MA to show that even in the face of a world pandemic scenario caused by Covid 19, development projects continue to advance. Thus, one dies for the lack of title, for Covid and for the highway. The duplication of Highway 135 in the midst of a global pandemic is the continuity of coloniality by other means. Covid 19 causes physical death, ventures to death: physical, psychic and social.

Keywords: Violence, Development, Quilombos, Resistances.

 

Resumen

El contexto es el proyecto de duplicar la carretera / BR 135 en medio de una pandemia mundial en territorios quilombolas en el estado de Maranhão desde 2017. “Lo que el estado necesita hacer por nosotros, quilombolas, en esta pandemia, es dejar de intentar para matarnos, como hacen ahora con la posibilidad de reanudar los trabajos de duplicación en la BR 135 ”. En este artículo, el enfoque está en las narrativas, revelan cómo los líderes quilombolas están leyendo el racismo, los márgenes y produciendo resistencia. Partimos de la escucha etnográfica y entrevistas no estructuradas de líderes del territorio quilombola Santa Rosa dos Pretos, ubicado en el municipio de Itapecuru-Mirim / MA para mostrar que aún ante un escenario de pandemia mundial provocado por Covid 19, los proyectos de desarrollo continúan. para avanzar. Así, se muere por la falta de título, por Covid y por la carretera. La duplicación de la carretera 135 en medio de una pandemia global es la continuidad de la colonialidad por otros medios. Covid 19 causa muerte física, aventura a la muerte: física, psíquica y social.

Palabras clave: Violencia, Desarrollo, Quilombos, Resistencias.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Dayanne da Silva Santos, Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Mulher negra, periférica, ativista e de terreiro. Possui graduação em Ciências Sociais (2017) pela Universidade Federal do Maranhão é mestre em Ciências Sociais (2019), pela Universidade Federal do Maranhão, foi bolsista de iniciação cientifica da Fundação de Amparo à Pesquisa ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico / PIBIC-FAPEMA. Atualmente é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É integrante do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente/GEDMMA, registrado do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq. Colabora com a Rede Justiça nos Trilhos. Membro e voluntário do PET - Ciências Sociais. Tem experiência na área de Ciências Sociais e Sociologia com ênfase em Sociologia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: questões ético-raciais, conflitos ambientais. Território de povos e comunidades tradicionais. Estado. Quilombos. Religião de matriz africana. Projetos de desenvolvimento econômico. Deslocamentos compulsório no Maranhão.

Referências

ANJOS, J. C. O corpo nos rituais de iniciação do Batuque. In: Corpo e significado, ensaios de antropologia social. Porto Alegre: EDUFRGS, 2001.

ANJOS, José Carlos Gomes. A filosofia política da religiosidade afro-brasileira como patrimônio cultural africano. Debates do NER, Porto Alegre, ano 9, n. 13, p. 77- 96, jan. /jun. 2008. Disponível em: Acesso em: 02/12/2015.

BUTLER, Judith. Quadros de guerra: Quando a vida é passível de luto? Civilização Brasileira, 2015. [Introdução e capítulo 1].

BUTLER, Judith. Vida precária: el poder del duelo y la violência. Buenos Aires: Paidós, 2006. [Prefácio e capítulos 2 e 3: pp 13-23; pp. 45-78; 79-132.

CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. Estudos Avançados 17 (49), p. 117 – 132, 2003.

CASTRO, Edna. Mineração na América do Sul:neoextrativismo e lutas territoriais. São Paulo: Annablume, 2016. P. 181-201.

DAS, Veeana. O ato de testemunhar: violência, gênero e subjetividade. Cadernos pagu (37), julho-dezembro de 2011: 9-41.

FOUCAULT, Michel. Em Defesa da Sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2005. [Aula de 21 de janeiro de 1976; Aula de 28 de janeiro de 1976; Aula de 17 de março de 1976: pp 49-74; pp 75-98; pp 285-316.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, p. 223 – 244, 1984.

hooks, bell. Ensinando a Transgredir: a educação como prática da liberdade. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017.

MBEMBE, A. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, politica de morte. São Paulo: N-1 edições, 2019.

MBEMBE, Achille. Necropolítica. Arte & Ensaios: Revista do PPGAV/EBA/UFRJ, n. 32, dezembro 2016.

PEIRANO. Mariza. Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 20, n. 42, p. 377-391, jul./dez. 2014. Disponível em:<https://www.scielo.br/pdf/ha/v20n42/15.pdf> Acesso em: 05/08/2020.

SANT’ANA JÚNIOR, Horácio Antunes de; CARDOSO, Rosiane Mendes. O sistema Mina-Ferrovia-Porto e as lutas territoriais no Maranhão. ZHOURI, Andréa; BOLADOS, Paola; CASTRO, Edna. Mineração na América do Sul:neoextrativismo e lutas territoriais. São Paulo: Annablume, 2016. P. 181-201.

SANTOS, Dayanne da Silva. NÃO SE PODE ENTRAR EM TERRA DE ENCANTADO SEM PERMISSÃO: um estudo sobre a relação entre pessoas e encantados na luta pelo território quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA). São Luís/MA, UFMA, 2019 Dissertação do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais da UFMA.

SILVA, Anacleta Pires da. Resistência e trajetória de luta pela regularização fundiária do território quilombola santa rosa dos pretos. São Luís/MA, UFMA, 2017. Monografia de Graduação do curso de licenciatura em pedagogia da terra pelo organizado pelo PRONERA.

SILVA, Josicléa Pires da (Zica Pires). A RIQUEZA E A POBREZA AO LONGO DO CORREDOR CARAJÁS: os impactos dos projetos de mineração nos territórios quilombola Santa Rosa dos Pretos e Monge-Belo. São Luís/MA, UFMA, 2017. Monografia de Graduação do curso de licenciatura em pedagogia da terra pelo organizado pelo PRONERA.

Entrevistas:

SEGATO, Rita. A verdadeira liberdade está na incerteza, entrevista . Blog, Pensar o tempo. 15/05/2020. Disponível em: < https://bazardotempo.com.br/a-verdadeira-liberdade-esta-na-incerteza-entrevista-com-rita-segato/ > Acesso em: 09/09/2020.

Downloads

Publicado

2021-04-28

Como Citar

Santos, D. da S. (2021). “O QUE O ESTADO PRECISA FAZER POR NÓS, QUILOMBOLAS, NESTA PANDEMIA, É PARAR DE TENTAR NOS MATAR”: racismo e rodovia/BR 135, Território quilombola Santa Rosa dos Pretos (Itapecuru-Mirim/MA). Kwanissa: Revista De Estudos Africanos E Afro-Brasileiros, 4(8). Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/16252

Edição

Seção

Artigos