Repensar o humano enquanto tal a partir de uma leitura hermenêutica da História do Pensamento Ocidental

Autores

  • Nathan dos Santos Alves Universidade NOVA de Lisboa
  • Eliana Henriques Moreira Universidade Federal de Tocantins

Palavras-chave:

fenomenologia hermenêutica, história do pensamento ocidental, Dasein, Heidegger, Corpo e Alma na história do pensamento ocidental

Resumo

O entendimento de determinados conceitos, fenômenos ou formas de compreender a “existência humana”, conforme o caminhar da ciência, tende ao enraizamento de uma tradição que, deixando de interrogá-los e de lançar novos olhares sobre determinados temas, acaba por reproduzir pré-noções nem sempre conscientes de suas origens. A questão do que é o humano é um exemplo disso. Pensar sobre o Ser do Humano pode parecer algo óbvio, dado ou posto, mas justamente por essa clareza evidente que se fazem necessários retornos e releituras. Nesse contexto, enfatizamos a fenomenologia hermenêutica, tal qual elaborada por Martin Heidegger em Ser e Tempo (1927), como caminho e modo de tratar as questões enraizadas, buscando instaurar um diálogo com a tradição, não para descrever o que fora dito em uma relativização dos termos com o intuito de anulá-los, mas sim aprender e dialogar com ela de forma a endereçá-la ao nosso horizonte (ALVES; RABELO; SOUZA, 2014). O ponto de partida se dá por meio do diálogo com Platão (1996; 1974), visto que seu pensamento constitui o início da tradição de separação entre corpo e alma, sensibilidade e razão. Em seguida, somos levados a Santo Agostinho (416; 1990), pensador que representa o elo entre a Antiguidade Grega e o Medievo Cristão, apropriando-se de elementos pagãos (neoplatonismo) para sustentar a doutrina católica. Por fim, nosso trajeto se encerra ao confrontarmos a teoria Cartesiana (2005; 2005) em contraponto às críticas heideggerianas (1927; 2001) sobre a tradição e a produção de uma ontologia de um sujeito “sem o mundo”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eliana Henriques Moreira, Universidade Federal de Tocantins

Doutora em filosofia pela Universidade Federal da Paraíba e professora do curso de Bacharelado em Ciências Sociais da Universidade Federal do Tocantins - Campus de Porto Nacional.

Referências

ALVES, P. C.; RABELO M. C.; SOUZA, I. M. Hermenêutica-fenomenológica e compreensão nas ciências sociais. Revista Sociedade e Estado, v. 29, n. 1, p. 181-198, jan./abr. 2014.

DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

______________. As Paixões da Alma. São Paulo: Martins Fontes: 2005.

______________. Discurso do método. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2017.

BRANDÃO, J. Mitologia Grega - Volume 1. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1990.

FOUCAULT, M. História da sexualidade 2: O uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

HEIDEGGER, M. Ser e Tempo. Tradução de Márcia Schuback. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1996.

______________. Seminários de Zollikon. Tradução de Gabriela Arnhold e Maria de Fátima de Almeida Prado. São Paulo: EDUC, Rio de Janeiro: Vozes, 2001.

INWOOD, M. Dicionário Heidegger. Tradução de Luísa Buarque de Holanda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.

MARÍAS, J. O tema do Homem. São Paulo: Duas Cidades, 1975.

PLATÃO. Fedro. 2 ed. Madrid: Aguilar, 1974.

______________. Fédon ou da alma. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

SANTO AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Nova Cultural, 1987.

___________________. A Cidade de Deus (contra os pagãos), Parte II. Tradução de Oscar Paes Leme. Petrópolis: Vozes, 1990.

______________. Sobre a Trindade (A. Belmonte, trad.). São Paulo: Paulus Editora, 1994. (Original publicado por volta de 416).

SANTOS, M. Por uma outra Globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Editora Record, 2019.

SILVEIRA, F. C. Dasein e Linguagem em Heidegger: do discurso ao monólogo. 2007. 146 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Centro de Humanidades, 2007.

Downloads

Publicado

2024-10-17

Como Citar

dos Santos Alves, N., & Henriques Moreira, E. . (2024). Repensar o humano enquanto tal a partir de uma leitura hermenêutica da História do Pensamento Ocidental. Revista Húmus, 13(38). Recuperado de https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/view/24610