REPRESENTAÇÕES DE UM PASSADO QUE ECOA NO PRESENTE
o corpo interminável, de Claudia Lage, e a escrita de enfrentamento à barbárie e ao esquecimento
DOI:
https://doi.org/10.18764/2177-8868v14n27.2023.9Palabras clave:
Representação, Esquecimento, Resistência, O corpo interminávelResumen
O corpo interminável (2019) é um romance contemporâneo escrito pela autora brasileira Claudia Lage, e seu enredo envolve indivíduos que estão inseridos no contexto de vivência ou herança da experiência da ditadura militar no Brasil. Trata-se, portanto, de uma obra literária que evidencia a necessidade de escrita de eventos catastróficos e na qual existe a busca por um passado que, embora calado, permanece vívido, pois ainda ressoa por meio de ausências, vazios e memórias lacunares. Assim, esta pesquisa questiona a possibilidade de, a partir da análise de O corpo interminável, identificarmos uma construção ficcional que evidencia, em suas formas estéticas e narrativas, a história individual e coletiva da ditadura militar no Brasil. Buscamos enfatizar, diante do corpus literário e dessa chave de leitura, os dilemas nascidos a partir da relevância do testemunho de sujeitos impactados por uma catástrofe nacional, parte de um enredo que mobiliza aspectos estéticos e narrativos para alcançar as experiências traumáticas da ditadura militar brasileira. Para tanto, tomamos como referencial teórico Assunção (2020), Ginzburg (2017) e Gagnebin (2018; 2019). Ao final do trabalho, esperamos contribuir para a caracterização política e literária do romance, pois, ao explorar a estética do horror produzida em O corpo interminável, acreditamos ser possível vislumbrar arelevância da representação de eventos políticos autoritários na literatura brasileira contemporânea.
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Citas
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