MUÃ, KA’A IARY E KA'A: lendas etiológicas de resgate da identidade indígena paraguaia

Autores

  • Heloísa Reis Curvelo Universidade Federal do Maranhão
  • Carol Silva dos Santos Universidade Federal do Maranhão
  • Isabel Abreu Guimarães
  • Luana Carneiro Fortes

DOI:

https://doi.org/10.18764/2177-8868v15n30.2024.19

Palavras-chave:

Narrativas etiológicas, Literatura indígena paraguaia, Mito, Muã, Ka’a Iary e Ka’a

Resumo

Durante os séculos em que a América do Norte, Sul e Central estiveram sob o domínio dos europeus, como Espanha e Portugal, as etnias originárias, e tudo o que as envolvem, estiveram subjugadas, dominadas pelos povos europeus. contudo, o Império espanhol não conseguiu suplantar completamente os Impérios Inca, Maia e Asteca, que resistiram às intempéries do tempo, da dominação, da miscigenação inevitável. Seus saberes permaneceram, principalmente os que resgatam e memorizam as relações desses povos com a natureza, dessa forma, as narrativas etiológicas, isto é, as lendas, mitos e relatos dos povos
originários que mostram as causas, motivos, razões, fundamentos, e bases da existência de algum elemento
de suas culturas, servem como documentação oral que nos atestam e justificam a existência de qualquer
elemento antropocultural ou natural. Dito isso, nos propomos a mostrar como, nas lendas etiológicas paraguaias (argentinas/brasileiras) Muã, Ka'a e Ka’a Iary, explicam a existência do politeísmo/sincretismo
religioso (Caipora, Tupã), os elementos da fauna (vagalume), da flora (erva mate) e de aspectos antropoculturais dos povos originários com os Guaranis que habitavam essas bandas de cá. Para desenvolver nossa pesquisa de cunho bibliográfica e qualitativa, fundamentamo-la nos estudos de
Montesino (2019), Campbell (1949, 1991), Eliade (1972), Bayard (2002), Thompson (1992), entre outros
que tratam das literaturas dos Povos originários da América Latina. Os resultados preliminares obtidos a
partir da análise dos elementos etiológicos das referidas lendas, nos mostram que a cosmovisão das etnias
originárias era distinta da nossa, pois além de serem profundos conhecedores da natureza, a respeitavam, pois se achavam como parte integrante dela. 

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Referências

BAYARD, Jean- Pierre. História das lendas. SP: Book e BooksBrasil.com, 2002.

CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. [s.l.]: Editora Palas Athena, 1991.

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MONTESINO, Jorge. Leyendas y Creencias populares del Paraguay. [s.l.]: Servi Libro, 2019.

Mitos Estiológicos. Enciclopedia de Ejemplos, 2015. Disponível em: <https://www.ejemplos.co/mitos-etiologicos/>. Acesso em: 24 de fev. de 2024.

THOMPSON, Paul. A voz do passado: história oral. Trad.: Lólio Lourenço de Oliveira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

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Publicado

2024-12-26 — Atualizado em 2024-12-31

Versões

Como Citar

CURVELO, Heloísa Reis; SANTOS, Carol Silva dos; GUIMARÃES , Isabel Abreu; FORTES, Luana Carneiro.
MUÃ, KA’A IARY E KA’A: lendas etiológicas de resgate da identidade indígena paraguaia
. Littera: Revista de Estudos Linguísticos e Literários, v. 15, n. 30, 31 Dez 2024 Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/littera/article/view/25526. Acesso em: 2 jan 2025.