SISTEMAS TRADICIONAIS AFRICANOS DE MEDICINA E SEU LEGADO À CULTURA BRASILEIRA
DOI:
https://doi.org/10.18764/2595-1033v6n14.2023.14Parole chiave:
sistemas tradicionais africanos de medicina, saúde coletiva, ancestralidade, medicina tradicional, cultura brasileira de cuidado em saúdeAbstract
Buscamos apresentar neste ensaio a defesa de que cuidado em saúde é prática humana anterior à sistematização da medicina ocidental e das profissões do campo da saúde ocidental como conhecemos hoje e que, portanto, desde as primeiras sociedades (africanas) é produzido conhecimento e tecnologia de cuidado que podem ser organizados em sistemas tradicionais de medicina. Entre as sociedades africanas modernas, existentes à época da escravização e consequente colonização do território africano, havia sistemas tradicionais de medicina próprios de cada cultura. Sobre alguns, pouco se sabe, devido ao próprio processo de etnocídio e apagamento histórico e científico sofrido por sociedades africanas. Contudo, pela resistência de vários praticantes, dentro e fora do continente africano, foi possível preservar conhecimentos e tecnologias oriundos de alguns desses sistemas. No caso das etnias que chegaram ao Brasil, seus conhecimentos contribuíram para o desenvolvimento da cultura brasileira, especialmente a cultura de cuidado alternativo e popular em saúde, bem como da fitoterapia brasileira. É sobre esse contexto que este ensaio se refere, na busca de alimentar o debate sobre o tema e fomentar a construção de uma outra narrativa sobre as práticas afro-brasileiras de cuidado em saúde e sobre as sociedades africanas e sua inventividade e sagacidade.
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