GÊNERO E ESCRAVIDÃO: mulheres escravizadas nas malhas do Tribunal Episcopal do Maranhão colonial

Autores/as

  • Elizania Cantanhede Ribeiro UNIERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO/GRADUANDA

Resumen

O presente estudo tem como objetivo investigar as denúncias contra mulheres escravizadas fossem de origem indígena ou africana e como as autoridades eclesiásticas lidavam com questões desse tipo assim como problematizar acerca das punições ideais – aquelas previstas nas legislações vigentes – e as punições reais, as que de fato foram aplicadas pelo Tribunal Eclesiástico na América portuguesa pós-Concilio de Trento. O intento documental do Juízo Eclesiástico do Bispado do Maranhão permite acompanhar detalhes importantes sobre a atuação da Igreja na sociedade maranhense no século XVIII com seu projeto de moralização do Novo Mundo. Desse modo, as fontes eclesiais utilizadas nessa pesquisa abordam sobre questões de concubinato, gênero e escravidão, onde compreendemos o envolvimento de clérigos com práticas de concubinato com escravizadas que infringiam as determinações elaboradas no Concílio de Trento e se faziam presentes na colônia por meio das Primeiras Constituições do Arcebispado da Bahia de 1707. Os processos crimes contra escravizadas de origem africana ou indígena são documentos pertencentes Juízo Eclesiástico do Maranhão. Esta pesquisa se caracteriza como um estudo de caso tendo como delimitação o espaço geográfico Maranhão no século XVIII.

 

Palavras-chave: Escravidão. Gênero. Concubinato.

 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

REFERÊNCIAS

Arquivo Público do Estado do Maranhão, Juízo Eclesiástico, Autos e Feitos de Libelo Crime, doc.

ABRANTES, Elizabeth Sousa. A educação do “Bello Sexo” em São Luis na segunda metade do séc. XIX / Elizabeth Sousa Abrantes. São Luís: UEMA, 2014.

ARAÚJO, Raimundo Inácio Souza. A MULHER E O CONCUBINATO uma discussão preliminar. Disponível em http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/rpcsoc/article/view/190/133. Acesso em 07 de janeiro 2019.

BURKE. Peter, A Escrita a história: novas perspectivas / Peter Burke (org.); tradução de Magda Lopes. - São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1992. - (Biblioteca básica).

CASIMIRO Ana Palmira Bittencourt Santos CONSTITUIÇÕES PRIMEIRAS DO ARCEBISPADO DA BAHIA: Educação, Lei, Ordem e Justiça no Brasil Colonial. http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/artigos_pdf/Ana_Palmira_Casimiro1_artigo.pdf acessado em 17/03/2019.

CÉLIO Juvenal Costa , Revista Brasileira de História das Religiões. ANPUH, Ano II, n. 6, Fev. 2010 - ISSN 1983-2850. Artigos ANÁLISE HISTÓRICA, RELIGIOSA E EDUCACIONAL SOBRE O CATECISMO DO SANTO CONCÍLIO DE TRENTO. Disponível em http://www.dhi.uem.br/gtreligiao acessado em 19 de maio de 2019 .

DANIEL-ROPS, Henri. A Igreja do Renascimento e da Reforma. Porto: Livraria Tavares Martins, 1969.

DEL PRIORE, Mary. A mulher na história do Brasil / Mary Del Priore – 4ª ed. – São Paulo: Contexto, 1994. – (Coleção repesando a história).

_______. História das mulheres no Brasil / Mary Del Priore (org.); Carla Bassanezi (coord. De textos) 9 ed. São Paulo; Contexto, 2007.

______.Ao sul do corpo: condição feminina, martenidade e mentalidades no Brasil Colônia/ Mary Del Priore. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

ELIAS, N. O processo civilizador: Uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1994, v. I.

GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores; trad. Gérson Dudus e Valéria Fontana. São Paulo: Vida Nova, 1993.

GINZBURG, Carlo. “Sinais: raízes de um paradigma indiciário” IN Mitos, emblemas, sinais: Morfologia e História. 1ª reimpressão. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

GINZBURG, Carlo. PONI, Carlo. O nome e o como: troca desigual e mercado historiográfico. IN: GINZBURG, Carlo; CASTELNUEVO, Enrico. PONI, Carlo. A micro história e outros ensaios Lisboa: Difel, 1989. P. 169-170.

HOORNAERT, Eduardo. (Et alii). História da Igreja no Brasil – ensaio de interpretação a partir do povo: primeira época, Período Colonial in Coleção História Geral da Igreja na América Latina, tomo II. Petrópolis, RJ: Vozes: 2008.

JACINTO, Cristiane Pinheiro Santos. Laços e enlaces: relações de intimidade de sujeitos escravizados. São Luís – século XIX/ Cristiane Pinheiro Santos Jacinto, - São Luís: EDUFMA, 2008.

LIMA, Lana Lage da Gama, “A confissão pelo avesso: o crime de solicitação no Brasil colonial” (Tese de Doutorado), Universidade de São Paulo, 1990.

LONDOÑO, Fernando Torres. A outra família: concubinato, igreja e escândalo na Colônia. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

MENDONÇA, Pollyanna Gouveia. Por força da escravidão: concubinato de padres com escravas no maranhão setecentista. Disponível em http://www.outrostempos.uema.br, ISSN 1808-8031, volume 03, p. 210-228. Acesso em 01/2019.

__________, Pollyanna Gouveia, Sacrílegas Familias: Conjugalidades clericais no bispado do Maranhão no século XXVIII. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Federal Fluminense, 2007.

MONTEIRO, Rodrigo Bentes, As Reformas Religiosas na Europa Moderna. Notas para um debate historiográfico. 2007, 23 (Janeiro-Junho) [Acesso em: 28 de julho de 2017] Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=38443482000 acessado em 03 /2019

MUNIZ, Pollyanna Gouveia Mendonça. Réus de Batina: Justiça Eclesiástica e Clero Secular no Bispado do Maranhão Colonial. Pollyanna Gouveia Mendonça Muniz. Ed. São Paulo: Alameda, 2017.

NETTO, Rangel Cerceau. As formas do concubinato diante do viver de “portas adentro” na antiga comarca do rio das velhas. Disponível em http://www.cedeplar.ufmg.br/seminarios/seminario_diamantina/2008/D08A021.pdf. Acesso em 04/2019.

REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA DAS RELIGIÕES. ANPUH, Ano II, n. 6, Fev. 2010 - ISSN 1983-2850 http://www.dhi.uem.br/gtreligiao - Artigos ANÁLISE HISTÓRICA, RELIGIOSA E EDUCACIONAL SCHWARTZ, Stuart. (2009, p. 196) A historiografia dos primeiros tempos do Brasil Moderno. Tendências e desafios das duas últimas décadas. História: Questões & Debates, Curitiba, n 50, jan-jun, 2009, pp. 175-216.

SANTANA, Ediane Lopes de. As mulheres contra o patriarcado e as relações desiguais de gênero: aspectos teóricos e práticos no combate às opressões. http://portal.andes.org.br/imprensa/publicacoes/imp-pub-1294143947.pdf. Acesso em 25/04/2019.

SANTOS Fernanda, A Companhia de Jesus e o concílio de trento: Aspectos pedagógicos da contra—reforma Fernanda Santos disponível em https://seer.ufs.br/index.php/revtee/article/download/2964/2609. Acessado em 22/04/2019

SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Sistema de casamento no Brasil colonial. São Paulo: T. A. Queiroz, 1984.

TRUGILHO, Michelle. Transgressores do matrimônio: a bigamia através da ótica inquisitorial. IN: XIV Encontro regional da Anpuh – Rio: memória e patrimônio. v. 1, n. 1. Rio de Janeiro: [s.n.], 2010. p. 28. ISBN: 978-85-60979-08-0. Disponível em: http://www.encontro2010.rj.anpuh.org/resources/anais/8/1276741336. Acessado em 12/02/2019.

VAINFAS, Ronaldo. Trópico dos pecados: moral, sexualidade e Inquisição no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.

VIDE Dom Sebastião Monteiro da. CONSTITUIÇÕES PRIMEIRAS DO ARCEBISPADO DA BAHIA 1643-1722, Reimpressão. S. Paulo: Na Typ. 2 de Dezembro 1853.

VIDE Dom Sebastião Monteiro da AUDITÓRIO ECLESIÁSTICOS DO ARCEBISPADO DA BAHIA, METROPOLI DO BRASIL, São Paulo: Ty 2 de Dezembro 1853.

WEIMER, Rodrigo de Azevedo. A gente da Felisberta: consciência histórica, história e memória de uma família negra no litoral rio-grandense no pós-emancipação (c. 1847 – tempo presente). Rio de Janeiro, Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2013.

Publicado

2021-03-09

Cómo citar

Ribeiro, E. C. (2021). GÊNERO E ESCRAVIDÃO: mulheres escravizadas nas malhas do Tribunal Episcopal do Maranhão colonial. Kwanissa: Revista De Estudos Africanos E Afro-Brasileiros, 4(7). Recuperado a partir de https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/14491

Artículos más leídos del mismo autor/a