ARE WE BLACKNESS?

Brazil's participation in the 1st World Festival of Black Arts

Authors

  • Matheus Miranda Monteiro Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.18764/2595-1033v6n14.2023.12

Keywords:

Racial Democracy, FESMAN, Blackness Philosophy, Brazilian Foreign Policy

Abstract

Although it is an event that has been little studied by the literature so far consolidated, the 1st World Festival of Black Arts (FESMAN) has unique importance for the Pan-African articulation of the second half of the 20th century. Conceived from the ideals of Negritude and the political and cultural proposal of Léopold Senghor, the 1966 festival not only promoted the meeting of artists and thinkers from different spaces in Africa and the African diaspora but was also part of a political context of decolonization. in a cartography still arising from the Cold War's tensions and projects of alliances between Third World countries. Inserted in this complex historical framework, the I FESMAN appeared as an opportunity for governments to instrumentalize culture as a strategic possibility for formulating an identity unity and political projection in the international scenario. Turning attention to the Brazilian case, the article diagrams the objectification of the different actors who participated in the organization of the Brazilian delegation at the event, based on diplomatic correspondence and extensive journalistic material. Aware of the narrative clashes about Afro-Brazilian culture and the material interests linked to them, it is decoded how the country's projection at the event was aligned with the perspective of racial democracy.

Downloads

Download data is not yet available.

References

AMANCIO, Kleber Antonio de Oliveira. A História da arte branco-brasileira e os limites da humanidade negra. Revista Farol, v. 17, n. 24, p. 27-38, 2021.

ANTUNES, Gabriela Borges. Clementina de Jesus chega à África. In: ANTUNES, Gabriela. Desenquadrando o Samba: Análise da trajetória de Clementina de Jesus. Tese de Doutorado. Instituto de Ciências Sociais. Universidade de Brasília. Março de 2019.

BARBOSA, Jorge Luiz. A Atlântida Negra: a utopia da cidade afrobrasileira nas paisagens estéticas de Heitor dos Prazeres. XIV Colóquio Internacional de Geocrítica. Las utopías y la construcción de la sociedad del futuro. Barcelona, 2016.

BELIVACQUA, Juliana Ribeiro da Silva. Beyond the Revealed Unconscious: Agnaldo Manoel dos Santos as the Protagonist of his Own Art, Critical Interventions – Journal of African Art History and Visual Culture. 9:2, 107-122. 2015.

CARRIERES, H. A gestão de Vasco Leitão da Cunha no Itamaraty e a política externa brasileira: Seleção de documentos diplomáticos (1964-1965). Volume 2. Fundação Alexandre de Gusmão. Brasília, 2021.

CASTRO, Felipe et. al. Quelé, a voz da cor: A biografia de Clementina de Jesus. 2. ed. - Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 2017.

CLEVELAND, Kimberly. Afro-Brazilian Art as a Prism: A Socio-Political History of Brazil's Artistic, Diplomatic and Economic Confluences in the Twentieth Century. Luso-Brazilian Review, 2012, Vol. 49, No. 2 2012. pp. 102-119. 2012.

CUNDURU, Roberto. Riscos afro-brasileiros: uma leitura da obra de Rubem Valentim. In: CUNDURU, R. Pérolas negras – primeiros fios: experiências artísticas e culturais nos fluxos entre África e Brasil. EdUERJ. Rio de Janeiro, 2013.

DARDASHTI, Abigail Lapin. Negotiating Afro-Brazilian Abstraction: Rubem Valentim in Rio, Rome, and Dakar, 1957–1966. In: ALVAREZ, M. V. FRANCO, A. M. (ed.). New Geographies of abstract art in postwar Latin America. Routledge, 2021.

DÁVILA, Jerry. Hotel Trópico: Brazil and the challenge of African decolonization. 1950-1980. Duke University Press. Durham and London, 2010.

DOMINGUES, Petrônio. Movimento da negritude: uma breve reconstrução histórica. Mediações – Revista de Ciências Sociais, v. 10, n.1, p. 25-40. Londrina, 2005.

GERALDO, Sheila Cabo. Heitor dos Prazeres: a imensa riqueza interna e a instauração da arte. MODOS: Revista de História da Arte, Campinas, SP, v. 5, n. 1, p. 54–73, jan. 2021.

GONZÁLEZ, Lélia. O Movimento Negro na última década. In: GONZÁLEZ, Lélia. HASENBALG, Carlos (org.). Lugar de Negro. Marco Zero. Rio de Janeiro, 1982.

GONZÁLEZ, Lélia. Democracia racial? Nada disso!. In: GONZÁLEZ, Lélia. Por um feminismo afro latino-americano: Ensaios, intervenções e diálogos. Zahar, 2020a.

GONZÁLEZ, Lélia. Taí Clementina, eterna menina. In: GONZÁLEZ, Lélia. Por um feminismo afro latino-americano: Ensaios, intervenções e diálogos. Zahar, 2020b.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Democracia racial: o ideal, o pacto e o mito. Novos Estudos Cebrap, XX (61): 147-162. São Paulo, 2001.

HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2011.

HARNEY, Elizabeth. FESMAN at 50: Pan-Africanism, Visual Modernism and the Archive of the Global Contemporary. In: MURPHY, David (org). The First World Festival of Negro Arts, Dakar 1966: Context and Legacies. Liverpool University Press. 2016.

HOMEM, Renata. Arte e fé: sincretismo afro-brasileiro. Revista de estudios interdisciplinarios de arte y cultura. vol. 1. pp. 41-55. 2014.

MENEZES NETO, Hélio Santos. Entre o visível e o oculto: a construção do conceito de arte afro-brasileira. 2017. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, 2017.

MOORE, Carlos. Abdias do Nascimento e o surgimento de um panafricanismo contemporâneo global. In: NASCIMENTO, Abdias. O Brasil na Mira do Pan-Africanismo. Salvador: Editora da Universidade Federal da Bahia, 2002, pp. 17-32.

MURPHY, David. Introduction. MURPHY, David (org). The First World Festival of Negro Arts, Dakar 1966: Context and Legacies. Liverpool University Press. 2016.

NASCIMENTO, Abdias. O Negro Revoltado: escritos das décadas de 1950 e 1970. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

NASCIMENTO, Abdias. O Genocídio do Negro Brasileiro: Processo de um racismo mascarado. 2ª Edição. São Paulo: Perspectiva, 2016.

NASCIMENTO, Abdias. O Quilombismo. 2ª Edição. São Paulo: Perspectiva, 2020.

NASCIMENTO, Abdias. Teatro Experimental do Negro: trajetória e reflexões. Revista de Estudos Avançados. 18 (50). São Paulo. 2004.

RABAKA, Reiland. The Negritude Movement: W.E.B. Du Bois, Leon Damas, Aime Cesaire, Leopold Senghor, Frantz Fanon, and the Evolution of an Insurgent Idea. Lexington Books. London, 2015.

RATCLIFF, Anthony J. When Négritude was in Vogue: Critical Reflections of the First World Festival of Negro Arts and Culture in 1966. Journal of Pan Studies, v. 6 n.7, p.167-186, 2014.

REIS, Luiza. De improvisados a eméritos: trajetória intelectuais no Centro de Estudos Afro Orientais (1959-1994). Doutorado em Estudos Étnicos e Africanos (Tese). Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2015.

SANSONE, Livio. Da África Ao Afro. Usos e abusos da África na cultura popular e acadêmica brasileira durante o último século. In: Negritude sem etnicidade: o local e o global nas relações raciais e na produção cultural negra do Brasil. EDUFBA. Salvador, 2003.

SANTOS, Jocélio Teles dos. O poder da cultura e a cultura no poder: a disputa simbólica da herança cultural negra no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2005.

SARAIVA, José Flávio Sombra. Construção e Desconstrução do Discurso Culturalista na Política Africana do Brasil. R. Inf. legisl. a. 30 n. 118 abr./jun. Brasília, 1993.

SCHOLL, Camille. Léopold Senghor e a lusofonia: Entre conceitos, diálogos e recepções (1957-1988). Tese (Doutorado em História). Escola de Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2021.

SILVA, Danilo Santos. História e protagonismo negro: africanidade, cultura histórica e ensino de história na trajetória de Abdias Nascimento (1944-1999). Mestrado em História (Dissertação). Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 2016.

SNIPE, Tracy. Cultural Politics in Post-Independence Senegal. In: ONWUDIWE, Ebere; IBELEMA, Minabere. Afro-optimism: Perspectives on Africa's Advances. Praeger Publishers, 2002.

VALLADARES, Clarival do Prado. Agnaldo Manoel dos Santos: Origin, revelation and death of a Primitive Sculptor. Universidade da Bahia, Centro de Estudos Afro-Orientais, 1966.

______. A Defasagem Africana ou Crônica do I Festival Mundial de Artes Negras. Cadernos de Crítica: 3-15. 1966.

______. Sobre o Festival de Arte Negra. Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 13 mar. 1966.

VILHENA, L. Projeto e Missão: O movimento folclórico brasileiro (1947-1964). Doutorado em Antropologia Social (Tese). Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1995.

VICENT, Cédric. ‘The Real Heart of the Festival’: The Exhibition of L’Art nègre at the Musée Dynamique. In: MURPHY, David. The First World Festival of Negro Arts, Dakar 1966: Context and Legacies. Liverpool University Press. 2016.

WOFFORD, Tobias. Exhibiting a Global Blackness: The First World Festival of Negro Arts. In: Dubinsky, K. et. al (ed.). New World Coming: The Sixties and the Shaping of Global Consciousness, 2009.

Periódicos

Abdias não concorda com comitê de brancos para preparação de Arte Negra. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, 21 jul. 1965.

Arte Negra. O Globo no Planalto. O Globo. Brasília, 20 jul. 1965.

Dacar recebe os artistas do Brasil como irmãos de sangue. O Globo. 19 abr. 1966.

Itamaraty contra orquestra negra tocar para Dacar. Correio da Manhã. 30 jan. 1966.

Itamaraty procura explicar ida do Brasil ao Senegal. Correio da Manhã. 18 de março de 1966.

Itamaraty nega culpa na opção por conjunto. Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 02 fev. 1966.

JORDÃO, Vera Pacheco. A Arte Negra de Agnaldo. O Globo. Rio de Janeiro, 26 jan. 1966.

JORDÃO, Vera Pacheco. Mestre Heitor dos Prazeres. O Globo. Rio de Janeiro, 22 jan. 1966.

Pintor diz que Itamaraty não deu oportunidade para negro novo expor em Dacar. Jornal do Brasil. 12 set. 1965.

Sol e sombra para Rubem Valentim. O Globo. Rio de Janeiro. 22 dez. 1965.

Published

2023-09-27

How to Cite

Monteiro, M. M. (2023). ARE WE BLACKNESS? Brazil’s participation in the 1st World Festival of Black Arts. Kwanissa: Revista De Estudos Africanos E Afro-Brasileiros, 6(14), 213–239. https://doi.org/10.18764/2595-1033v6n14.2023.12