CONGADO: direito ao patrimônio cultural como justiça e reparação social

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2236-4099v14n35.2024.7

Palavras-chave:

Ternos de Congado, Patrimônio Afro-brasileiro, Patrimônio Cultural, Reparação Histórica

Resumo

O presente artigo visa refletir sobre as políticas de preservação dos quartéis, dos ternos de congado, na cidade de Uberlândia-MG, o que se acredita representar uma ação de reparação histórica. A partir de Brasileiro (2012), Brandão (2020), Kinn (2021), Martins (2022) e Vergès (2023) chama-se a atenção para o fato de que salvaguardar o patrimônio afro-brasileiro, permite o acesso por parte das pessoas negras à sua história e cultura. Assume-se no artigo, a perspectiva de
que a defesa do congado enquanto patrimônio cultural, através de políticas públicas destinadas a esse fim, é uma das formas de garantir a reparação histórica e a justiça social aos povos historicamente racializados. Desse modo, é fundamental abordar a historicidade das instituições responsáveis pelas políticas de patrimônio cultural, bem como problematizar as ações voltadas para o reconhecimento e a salvaguarda das manifestações culturais negras, que historicamente instituíram um legado civilizatório no Brasil. 

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Biografia do Autor

Marco Antônio Oliveira Lima, Instituto Federal de Goiás

Docente do IFG - Campus Águas Lindas, doutorando em Educação pela PUC Goiás. E-mail: marcobasquetebol@gmail.com. Lattes: http://lattes.cnpq.br/7752895214628813

Renata Rosa Franco , Instituto Federal de Goiás

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Performances Culturais - PPGPC/UFG. E-mail: renata_rosa@discente.ufg.br. Lattes: http://lattes.cnpq.br/2903656743431537

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Publicado

2024-12-05

Como Citar

Moura, T. M. de, Lima, M. A. O., & Franco , R. R. . (2024). CONGADO: direito ao patrimônio cultural como justiça e reparação social. Cadernos Zygmunt Bauman, 14(35). https://doi.org/10.18764/2236-4099v14n35.2024.7