“Só para a desfrutarem e a deixarem destruída”
Colonização e transformação da natureza em meio de produção mercantil
DOI:
https://doi.org/10.18764/2447-6498.v10n1.2024.11Palavras-chave:
Colonização., Produção mercantil., Natureza., Capital comercial., Acumulação originária.Resumo
Com base nas crônicas coloniais dos séculos XVI e XVII, o artigo mostra como o processo de colonização portuguesa na América significou desde o início o estabelecimento de uma relação prática com a natureza, em que esta é conceitualmente posicionada como meio de produção mercantil. Diferente da ideia mais comum de que as forças produtivas industriais teriam inaugurado a destruição ambiental, o artigo defende, com base na experiência colonial brasileira, tal como as descrevem as crônicas dos dois primeiros séculos, que o capital, já em sua forma hegemonicamente comercial, mantém uma relação predatória com a natureza. Ao descreverem os bens naturais da colônia, os cronistas os apresentam como recursos econômicos adequados aos fins comerciais da colonização. Como exercício de interpretação histórica, o artigo explica esse processo de transformação social da natureza pelo desenvolvimento do capital comercial durante a acumulação originária do capital.
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