Genealogia, produção da subjetividade na sociedade contemporânea e internet: conversas com Nietzsche e Foucault
DOI:
https://doi.org/10.18764/2447-6498.v8n2.2022.16Palavras-chave:
Genealogia, História, Poder, Erlebnis, ValoresResumo
A proposta deste artigo, escrito em formato de ensaio teórico é a de mostrar como a genealogia, enquanto um conjunto de operadores metodológicos de pesquisa nas ciências humanas pode ser uma eficaz forma para a análise de acontecimentos tecnológicos recentes, tais como: a internet. Busca-se como objetivo do trabalho, problematizar as práticas que potencializam uma analítica cultural, histórica, política, econômica e social da fabricação da subjetividade na relação com a tecnologia, em especial, da internet. Para tanto, inicia-se o texto com a elucidação da genealogia em algumas definições conceituais das ferramentas principais que a sustentam como campo filosófico contemporâneo e na conversa de dois pensadores que a desenvolveram e a utilizaram: Nietzsche e Foucault. O alemão conferiu importância à presença do “Si” nos estudos genealógicos, enquanto o francês fez questão de utilizar o método para aproximar seus efeitos à análise histórica e política da verdade. Ambos delimitaram que a genealogia não é busca por essências, mas sim o perscrutar de perspectivas e valores, em outras palavras, a relação entre poder, saber e subjetividade na história a favor do tempo e contra o tempo para desnaturalizar os dispositivos sóciotécnológicos.
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