Matemática e arte cubista: sobre uma experiência com crianças no ensino fundamental

Autores

Palavras-chave:

Arte. Educação Matemática. Visualidade. Cubismo.

Resumo

Esse artigo é a escrita da experiência de uma oficina com crianças, arte e matemática, numa sala de aula, nos primeiros anos do Ensino Fundamental. A pesquisa teve por objetivo cartografar as visualidades que emergissem no encontro das crianças com a arte cubista de Pablo Picasso, utilizando-se da “perspectiva da visualidade para a visualização na educação matemática”. Disto, então, como forma de compreender como se constitui as práticas visuais e formas de pensar da matemática com a arte. Para as oficinais foram selecionadas seis pinturas do artista, com características do movimento artístico do cubismo. Para as crianças, a proposta foi confeccionar um objeto físico, com volume, a partir das pinturas selecionadas. Narrativas a partir de como as crianças pensaram e se afetaram nessas confecções emergiram, por exemplo, a de que a simetria era percebida como o belo e o proporcional nas imagens, mas não poderiam ter lados de formas ou tamanhos diferentes. Para as crianças, o cubismo se tratava de algo bugado, uma imagem fora do comum que não tinha relação com um objeto físico do mundo real. As formas geométricas eram muito presentes em suas descrições e confecções. Disto tudo, demonstra-se que a oficina foi um espaço de ensino e aprendizagem da matemática a partir dos sentidos da experiência com pinturas artísticas.

Mathematics and cubist art: about an experience with children in fundamental education

Abstract

This article is the written experience of a workshop with children, art and mathematics in a classroom, in the first years of Elementary School. The research aimed to map the visualities that emerged in the meeting of children with Pablo Picasso's cubist art, using the “perspective of visuality for visualization in mathematical education”. This is a way of understanding how visual practices and ways of thinking of mathematics and art are constituted. For the workshops, six paintings by the artist were selected, with characteristics of the Cubism artistic movement. For children, the proposal was to make a physical object, with volume, from the selected paintings. Narratives from how children thought and affected themselves in these garments, for example, emerged that symmetry was perceived as beautiful and proportional in images, but could not have sides of different shapes or sizes. For children, cubism was a bug, an unusual image that had nothing to do with a physical object in the real world. Geometric shapes were very present in their descriptions and confections. From all this, it is shown that the workshop was a space for teaching and learning mathematics from the senses of experience with artistic paintings.

Keywords: Art. Mathematical Education. Visuality. Cubism.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Gabriel José Gesser, PPGECT- Universidade Federal de Santa Catarina

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica.

Cláudia Regina Flores, PPGECT- Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Dra. do Departamento de Metodologia de Ensino e no Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da UFSC. Doutora em Educação.

Cássia Aline Schuck, Instituto Federal Catarinense - Campus Blumenau

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica. Professora do Instituto Federal Catarinense - Campus Blumenau.

Referências

ALVAREZ, J.; PASSOS, E. Cartografar é habitar um território existencial. In: PASSOS, E.; KASTRUP, V.; ESCÓSSIA, L. (Org.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2012.

DELEUZE, G. O que é um dispositivo? In: Michel Foucault, filósofo. Barcelona: Gedisa, 1990, pp. 155-161. Tradução Wanderson Flor do Nascimento.

FRANCISCO, B. M. Um Oficinar-de Experiências que Pensa com Crianças: matemáticas-cubistas, formas brincantes e ex-posições. 2017. 266 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/178313. Acesso em: 14 abr. 2018.

FLORES, C. R. Olhar, saber e representar: sobre a representação em perspectiva. São Paulo: Editora Musa, 2007.

FLORES, C. R. Visualidade e visualização matemática: novas fronteiras para a educação matemática. In: FLORES, C. R; SOUZA, S. C. (Org.). Tendências contemporâneas nas pesquisas em educação matemática e científica: sobre linguagens e práticas culturais. 1 ed. Campinas: Mercado de Letras, 2013.

FLORES, C. R. Traços de crianças: pensando matemática por meio de imagens da arte. Projeto de pesquisa aprovado pelo CNPq, 2016a.

FLORES, C. R. Arte e Visualidade: outros olhares para a visualização matemática. In: Seminário de Pesquisa, Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática, PUC-SP, mar. 2016b. Disponível em: https://www.pucsp.br/sites/default/files/download/posgraduacao/programas/educacaomatematica/arte_e_visualidade-_claudia_flores.pdf. Acesso em: 06 de jul. de 2018.

FLORES, C. R. Descaminhos: potencialidades da Arte com a Educação Matemática. Bolema, v. 30, n. 55, p. 502-514, 2016c. DOI: https://doi.org/10.1590/1980-4415v30n55a10.

FLORES, C. R. In-fante e Profanação do Dispositivo da Aprendizagem Matemática. Perspectivas da Educação Matemática, v. 10, n. 22, jun. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/pedmat/article/view/3880. Acesso em: 18 jan. 2018.

GESSER, G. J. Pensar matemática com a arte cubista: uma experiência com crianças do quinto ano do Colégio de Aplicação da UFSC. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de Licenciatura em Matemática, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018.

LARROSA, J. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista Brasileira de Educação, n.19, p. 20-28, 2002.

KERSCHER, M. M. Uma martemática que per-corre com crianças em uma experiência abstrata num espaço-escola-espaço. 2018. 192 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018. Disponível em:https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/191266/PECT0349-D.pdf?sequence=-1&isAllowed=y. Acesso em: 06 jan. 2019.

MASSCHELEIN, J.; SIMONS, M. Em defesa da escola: uma questão pública. Tradução Cristina Antunes. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

MORAES, J. C. P. Experiências de um Corpo em Kandinsky: Formas e deformações num passeio com crianças. 2014. 217 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/130964/332274.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 23 mar. 2015.

SCHAPIRO, M. A unidade da arte de Picasso. São Paulo: Cosac&Naify, 2002.

SCHUCK, C. A. Cartografar na diferença: entre imagens, olhares ao infinito e pensamento matemático. 2015. 210 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2015. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/135404 . Acesso em: 22 out. 2018.

SOUZA, J. Traços surreais no encontro com Salvador Dalí e crianças e matemática e oficina. Monografia (Graduação) – Curso de Licenciatura em Matemática, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018.

STANGOS, N. Conceitos da Arte Moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991.

Downloads

Publicado

2021-03-13

Como Citar

GESSER, Gabriel José; FLORES, Cláudia Regina; SCHUCK, Cássia Aline.
Matemática e arte cubista: sobre uma experiência com crianças no ensino fundamental
. Ensino & Multidisciplinaridade, v. 5, n. 1, p. 1–17, 13 Mar 2021Tradução . . Disponível em: . Acesso em: 28 abr 2024.

Edição

Seção

Artigos