Mobilização popular contemporânea

lulaços, flashmobs e bomba semiótica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2176-5111v18n31.2023.7

Palavras-chave:

Flashmobs, Bomba semiótica, Lulaços

Resumo

Flashmobs são organizados pelas mídias sociais e potencializados pelas ferramentas de internet capazes de difundir, ao maior número de pessoas possível, e de forma rápida, pauta e ideais do grupo. Com isso, muitas pessoas se aglutinam em volta da execução de uma ação. O objetivo do trabalho é explorar as linhas conceituais deste fenômeno e a sua relação com a noção de identificação e psicologia de grupos, passando-se pela exploração dos eventos conhecidos como Jornadas de Junho, além de conceitos acerca da bomba semiótica, buscando-se ressaltar os meios modernos de comunicação, para mobilizações como flashmobs e os lulaços. O fenômeno do flashmob importa tanto para a área de publicidade e marketing, quanto para a política. Freud, ao refletir sobre a sugestionabilidade, apontou a libido, que estaria camuflada na sugestionabilidade. O que mais chamava atenção do autor, é a forma de identificação na qual há o desejo de se colocar no lugar do outro, de estar na mesma situação.  No Brasil, as chamadas “Jornadas de Junho”, de 2013, apresentaram bombas semióticas como as imagens dos black blocs incendiando latas de lixo e quebrando vidraças. As novas ferramentas comunicacionais permitem um processo de territorialização e desterritorialização. Ainda, no Brasil, é possível destacar os Lulaços, que são flashmobs de pauta político-partidária, observados a partir de 2018, em várias cidades do país, que buscavam, na bomba semiótica, uma estratégia de difusão de suas pautas.

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Biografia do Autor

Uilmer Rodrigues Xavier da Cruz, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutorando em Geografia (Geografia Aplicada e Geotecnologias) pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Bolsista de doutorado da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) (2020). Mestre em Geografia (Geografia e Relações de Poder) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) (2019), Graduação em Geografia - Ênfase em Sistemas de Informações Geográficas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) (2008). Atualmente é pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Resíduos Sólidos - (UEMG) e do Laboratório de Estudos Territoriais (LESTE/IGC/UFMG) - Geografia Aplicada. E-mail: uilmer@ufmg.br

Abner Brandão Carvalho

Graduado em Direito pela Universidade Candido Mendes (UCAM), com experiência em contencioso cível, com foco na responsabilidade civil em relações de saúde e experiência, também, na área de direito do consumidor. E-mail: abner@hotmail.com

Eduardo Rodrigues Ferreira, Universidade do Estado de Minas Gerais

Licenciado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista (2003), Campus de Presidente Prudente. Mestre em Geografia pela Universidade Estadual Paulista (2007), Campus de Presidente Prudente. Doutor em Ciências: Programa de Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. Pesquisador na área de Gestão Integrada e Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Professor Adjunto na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) - Unidade Ituiutaba. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Resíduos Sólidos (GEPERS) da Universidade do Estado de Minas Gerais Unidade Acadêmica de Ituiutaba. Obteve experiência como como Analista Ambiental junto a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas Gerais (SEMAD), junto a SUPRAM de Uberlândia MG. E-mail: eduardo.ferreira@uemg.br

Ricardo Alexandrino Garcia, Universidade Federal de Minas Gerais

Professor do departamento de Geografia do Instituto de Geociências (IGC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e coordena, desde 2010, o Laboratório de Estudos Territoriais (LESTE/IGC/UFMG); foi o Coordenador do Programa de Pós-graduação em Geografia (2015-2019), sub-coordenou o programa de Pós-graduação em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais (2013-2015), sub-chefiou o departamento de Geografia (2014-2015) e foi o diretor do Instituto Casa da Glória (Eschwege) entre 2010 e 2013, todos vindulados ao IGC/UFMG; é o editor chefe do Cadernos do Leste (1679-5806), editor da revista Geografias (1808-8058), revisor de diversos periódicos científicos e lidera o grupo de pesquisa em Geografia Aplicada (CNPq). Possui mestrado (2000) e doutorado (2002) em Demografia pela UFMG e graduação em Psicologia (1995) pela USP.  E-mail: alexandrinogarcia@gmail.com

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Publicado

2023-06-30

Como Citar

CRUZ, Uilmer Rodrigues Xavier da; CARVALHO, Abner Brandão; FERREIRA, Eduardo Rodrigues; GARCIA, Ricardo Alexandrino.
Mobilização popular contemporânea: lulaços, flashmobs e bomba semiótica
. Cambiassu: Estudos em Comunicação, v. 18, n. 31, 30 Jun 2023Tradução . . Disponível em: . Acesso em: 28 abr 2024.

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Artigos