FLORISTICA DE CORPOS AQUÁTICOS EM JAGUARARI, BAHIA

Autores

  • Leonardo Feijó Cadena de Oliveira Filho Instituto Federal do Sertão Pernambucano Campus Petrolina Zona Rural
  • Ana Caroline Coelho Pereira da Silva Universidade Federal do Vale do São Francisco
  • Daniel Amorim Vieira Universidade Federal do Vale do São Francisco
  • José Alves de Siqueira Filho Universidade Federal do Vale do São Francisco

DOI:

https://doi.org/10.18764/1981-6421e2023.2

Palavras-chave:

ambientes perturbados, bioindicadoras, conservação

Resumo

A Caatinga, ecossistema exclusivo brasileiro, em sua grande maioria caracterizada como clima semiárido, apresenta clima quente e chuvas irregulares, onde nas estações chuvosas surgem as lagoas temporárias. As lagoas temporárias são hábitats únicos que abrigam uma variedade de espécies de plantas e animais adaptados a condições ambientais instáveis. Com a atividade antrópica, essas lagoas temporárias cada vez mais vêm desaparecendo, trazendo fim a estes sítios ecológicos que abrigam uma quantidade significativa de espécies. Reconhecendo a importância destas espécies para a manutenção do ecossistema, o objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento florístico das macrófitas aquáticas presentes em lagoas temporárias na cidade de Jaguarari, BAHIA. Para isto foram realizadas coletas botânicas durante o período de 09 de dezembro de 2020 à 09 de março de 2023, onde foram visitadas as lagoas temporárias da cidade de Jaguarari, Bahia durante os períodos chuvosos. As espécies foram coletas seguindo as normas usuais de coleta, três a cinco amostras de um indivíduo em estado fértil. Após a coleta foram seguidos os padrões de secagem e herborização do material. O matérial foi incorporado ao acervo do Herbário Vale do São Francisco – HVASF. As plantas foram identificadas por métodos comparativos com outras amostras já tombadas em herbários, uso de chaves de identificação botânica e a consulta a especialistas de cada grupo. Foram analisadas quanto a sua origem e forma biológica. Sendo assim, registrados 31 táxons pertencentes a 27 gêneros e 22 famílias. As famílias mais representativas do levantamento foram Cyperaceae (quatro espécies) e Boraginaceae (três espécies). Dentre as 31 espécies coletadas 93,54% são espécies nativas, comuns em ambientes aquáticos, e 6,45% de plantas exóticas. A forma biológica que mais foi representativa no estudo se trata das plantas anfíbias (54,83%). Das 31 espécies coletadas, três são endêmicas do ecossistema Caatinga, sendo estas Echinodorus palaefolius, Pleurophora anomala, Anamaria heterophylla, de acordo com a Flora e Funga do Brasil. Portanto, conclui-se que a flora retratada nas lagoas temporárias apresenta respostas de como o ambiente está sendo manejado. O estudo destas comunidades permite que sejam criados projetos para recuperação de áreas degradadas, reduzindo o impacto da ação antrópica sobre estes ambientes. Para serem eficazes, os projetos para recuperação destas áreas terão que diferenciar as espécies que mais se beneficiam deste ambiente, controlando-as, assim como as espécies exóticas invasoras. E também entender qual papel bioindicador de cada espécie.

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Referências

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Publicado

2024-02-22

Como Citar

(1)
Oliveira Filho, L. F. C. de; Silva, A. C. C. P. da; Vieira, D. A. .; Siqueira Filho, J. A. de. FLORISTICA DE CORPOS AQUÁTICOS EM JAGUARARI, BAHIA. Bol. Lab. Hidrobiol. 2024, 33.

Edição

Seção

Artigos