Uma narrativa em torno da não existência: a morte e sua metaforização em Os degraus do paraíso, de Josué Montello
Palavras-chave:
Morte, Romance, Metáfora, Josué Montello, Século XXI.Resumo
O presente trabalho de pesquisa tem por norteamento a análise das manifestações da Morte na obra Os Degraus
do Paraíso (1986), do autor maranhense Josué Montello, visa ainda descrever como a figura da Morte
paira para além da simples não-existência ou fim da existência – tal qual nos é apresentada por diversas
correntes filosóficas –, mas essa transcende o espaço material da percepção humana, possuindo existência
que vai além a concepção humana de tempo, tendo em vista sua inexorabilidade diante da própria essência
da vida. Conforme poderemos observar, a Morte estabelece profundos laços e manifesta-se de diversas maneiras
distintas no aparelho social, portanto, tende a ser um ente temido, respeitado e de grande apelo dentro
das sociedades, em específico, a presente na cidade de São Luís do início do século XX, lapso temporal
em que ocorre a narrativa da obra. Para a compreensão da relação que a sociedade estabelece com a figura
da Morte, buscamos os escritos de Schopenhauer (2000), uma vez que o autor explica que a destruição de
nosso organismo, o findar de nossa consciência demonstram ser nossos maiores temores. O não-ser acaba
por se revelar o maior dos temores, pois nossa existência chega ao fim, nossa consciência se esvai e o que
nos resta é o desconhecido. Ainda para o autor, a destruição de nosso organismo pode ocorrer de maneira
gradual, lenta, tendo em vista que podemos ser acometidos por uma doença, que pouco a pouco irá ceifar
nosso corpo e nossa consciência, ou mesmo pela idade, que vai tolhendo a consciência humana. Entretanto,
no que diz respeito às mortes violentas, temos que a consciência se esvai antes mesmo da percepção do fato.
No enredo da obra Os Degraus do Paraíso, a Morte se manifesta primeiramente acompanhada pela gripe
espanhola, que dizima incontáveis cidades no início do século XXI, e, ao longo da narrativa, define as regras
das condutas humanas, tolhendo sem distinção entre jovens e idosos, ricos e pobres. Assim, através de uma
pesquisa qualitativa e de análise bibliográfica, ao observarmos como a Morte se manifesta no enredo da
obra, podemos entender o próprio protagonismo dedicado pelo autor à figura dessa.
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Referências
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