Onde a comida não tem gosto: uma análise do gosto como prática e interação
DOI:
https://doi.org/10.18764/2236-9473.v13n25p159-180Palavras-chave:
Gosto, Comida, Alimentação, Migração internacional, Brasileiros nos Estados UnidosResumo
Este artigo baseia-se em dados de uma pesquisa etnográfica sobre as práticas alimentares de imigrantes brasileiros na Grande Boston, e discute as afirmações recorrentes dos sujeitos de pesquisa de que a comida nos Estados Unidos “não tem gosto”, mas que é possível “se acostumar” a ela. Nesse sentido, discute o que é gosto, a partir da literatura socioantropológica, e propõe duas abordagens interpretativas: o gosto é entendido (1) enquanto prática, contemplando a dinamicidade das ações dos interlocutores em seu cotidiano, e (2) como elemento constituinte das interações sociais dos sujeitos da pesquisa. Dessa forma, o artigo conclui que o gosto, em sua dimensão sensorial, é parte das estratégias que os sujeitos utilizam para viver no contexto migratório, lidar com as dificuldades nos Estados Unidos e manter laços com familiares, parentes e amigos que permaneceram no Brasil.
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