Poder, sexo e línguas no marxismo à brasileira

Autores

  • Lidiane Soares Rodrigues

DOI:

https://doi.org/10.18764/2236-9473.v16n31p131-158

Palavras-chave:

Marxismo, Ciências sociais brasileiras, Capital linguístico

Resumo

Em sondagem realizada junto a marxistas brasileiros, as principais filiações distribuíram-se do seguinte modo: Gramsci(nianos) reuniu 33,2% da população; Lukács(ianos), 25,8%; Escola de Frankfurt(ianos), 10,5% e Althusser(ianos), 7,2%. A mesma sondagem indagou a fluência em língua estrangeira, obtendo respostas para: espanhol, de 49% da população; para inglês, de 46,0%; para francês, de 20%; para italiano, de 8% e, para alemão, de 2,9% (a cifra de 26% declarou não ter fluência em idioma estrangeiro). É notável que a língua nativa dos autores não corresponda à língua estrangeira de mais domínio dos marxistas (por exemplo, enquanto 33,2% são gramscinianos; apenas 8% declaram-se fluentes em italiano). Esta decalagem indica que o domínio da língua nativa dos autores de filiação consiste num recurso diferencial que confere vantagens  competitivas aos agentes. O presente artigo tratará dos efeitos da assimetria de capital linguístico no espaço social dos marxistas brasileiros.

Palavras-chave: Marxismo. Ciências  sociais brasileiras. Capital linguístico.

Power, sex and languages among brazilian marxists

Abstract

In a survey of Brazilian Marxists, the main affiliations were distributed as follows:-Gramsci(nianos) gathered 33.2% of the population; Lukács(ianos), 25.8%; Frankfurt(ianos) School, 10.5% and Althusser(ianos), 7.2%. The same survey asked for fluency in a foreign language, obtaining answers for: Spanish, 49% of the population; English, 46.0%; French, 20%; Italian, 8%; and German, 2.9% (the figure of 26% declared to have no fluency in a foreign language). It is notable that the native language of the authors does not correspond to the foreign language most spoken by Marxists (for example, while 33.2% are gramscinese; only 8% are fluent in Italian).This difference indicates that mastery of the native language of the authors of affiliation is a differential resource which gives a competitive advantage to the agents. This article will deal with the effects of the asymmetry of linguistic capital on the social space of Brazilian Marxists.

Keywords: Marxism. Brazilian Social sciences. linguistic capital.

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Publicado

2019-11-29

Como Citar

Rodrigues, L. S. (2019). Poder, sexo e línguas no marxismo à brasileira. REPOCS - Revista Pós Ciências Sociais, 16(31), 131–158. https://doi.org/10.18764/2236-9473.v16n31p131-158

Edição

Seção

DOSSIÊ: Os Intelectuais e a Especialização da Cultura