Revista Iluminus
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus
<p>A Revista <em>Iluminus</em> é vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal do Maranhão.</p> <p>Em formato eletrônico, a Revista Iluminus pretende realizar duas publicações por ano de artigos científicos inéditos multi/interdisciplinares, voltados para o pensamento das Luzes. Artigos de primeira linha, além de resenhas, traduções, crônicas, ensaios, entrevistas e dossiês, sobre todos os aspectos do Iluminismo (Ilustração), escritos em português, inglês, espanhol, italiano, alemão ou francês. Seu principal objetivo é apresentar e expandir o pensamento da Ilustração, interpretado de forma ampla, a partir de sua complexidade, envolvendo problemas formulados em todas as áreas do conhecimento que dialogam com essas ideias, presente nas dimensões da saúde, biológicas, exatas, tecnológicas, ciências humanas, ciências sociais e sociais aplicadas, por meio de diálogos com essas ideias, além de sua recepção contemporânea, seja na modalidade da continuidade ou do rompimento dessas reflexões, assumindo uma concepção integradora, dialética e totalizadora na construção do conhecimento e suas implicações no campo das diferentes áreas com uma característica articuladora, tendo como contribuições originais e inéditas (de autoria individual ou coletiva) de autores Doutores (ou correspondente no caso de autores estrangeiros), Mestres e alunos de pós-graduação (Mestrandos e Doutorandos) em coautoria com doutores. A <em>Iluminus</em> se esforçará para oferecer artigos com argumentação sólida e bem escrita sobre as questões que possam dar continuidade ou romper com reflexões que aparecem no Século da Ilustração. A Revista Iluminus se propõe a contribuir com a excelência da publicação da Universidade Federal do Maranhão, Brasil. Seu objetivo é ser uma publicação multi/interdisciplinar de alto padrão e com impacto no Brasil e no exterior. Com esse objetivo em mente, a Revista Iluminus conta com coeditores principais, que cuidam da publicação e execução da revista, além de um Conselho Editorial e Científico de renomados autores do Brasil e do Exterior, para garantir alta qualidade em suas publicações.</p> <p>ISSN 2966-1196</p> <p>Periodicidade: Semestral</p>Universidade Federal do Maranhãopt-BRRevista Iluminus2966-1196<p>A Revista Iluminus está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.</p> <p><a href="https://diadorim.ibict.br/handle/1/1671"><img src="https://diadorim.ibict.br/bitstream/1/1671/1/azul.jpg" alt="" width="115" height="65" /></a><a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/"><img src="http://periodicoseletronicos.ufma.br/public/site/images/administrador/mceclip0.png" /> </a></p>Psiquiatria francesa e a normalização da alienação
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23638
<p>Este artigo tem por objetivo refletir sobre o ponto de vista normativo da psiquiatria francesa do século XIX. Um ponto de vista efetivado por um saber nosográfico e uma terapêutica preventiva e higienista de cunho estritamente moral. Procedimento calcado numa articulação entre medicina e arte que foi levada a cabo pela chamada escola neurológica do Salpêtrière, comandada por J. M. Charcot. Tem também o objetivo de refletir criticamente sobre estes procedimentos.</p>Francisco Verardi Bocca
Copyright (c) 2024 Revista Iluminus
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-141910.18764/2966-1196v1n1.2024.1Do grito à música: a problemática musical em Rousseau em relação aos seus contemporâneos
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23640
<p>O presente texto procura discutir alguns aspectos da obra musical e da crítica estética de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Para tanto, amparada por uma bibliografia específica, o texto ressalta a importância da análise que o genebrino faz da trajetória que vai do grito da natureza às inúmeras expressões musicais constituintes na sociedade. Nesse processo de aperfeiçoamento, Rousseau desenvolve uma semiologia do grito, o qual se torna peça-chave na démarche dos signos, influenciando o desenvolvimento humano e ampliando a capacidade comunicativa, até tornar-se música. Os elementos musicais, assim como as variadas expressões, são analisados por Rousseau em contraposição à de seus contemporâneos, como a do compositor Jean-Philippe Rameau (1683-1764) que privilegiavam a harmonia e valorizavam a música francesa. A exaltação rousseauniana da melodia e seu elogio da musicalidade italiana tem, malgrado as querelas, uma perspectiva filosófica pela qual Rousseau ressalta a expressividade não viciosa, menos corrupta e mais simples da música italiana que ampara sua defesa de uma estética natural e/ou do uso das artes paradoxalmente como remédio para os males sociais. Mesmo condenando as ciências e as artes, Rousseau se consagrou como compositor, sobretudo pelas obras O Adivinho da Aldeia; As Musas Galantes e o Pygmalion. Por elas e pelas obras teóricas, Rousseau contribuiu com o tema, deixando claro que a música, como a linguagem oral, deve encantar o ouvinte, tentando sensibilizá-lo, na perspectiva de uma formação estética, a qual se realiza pelas mais sublimes expressões da fala ou da música.</p> Wilson Alves de Paiva Geraldo Márcio da Silva
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1412410.18764/2966-1196v1n1.2024.2Sapere Aude: Filosofia, Esclarecimento e Antiautoritarismo em Sócrates e Kant
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23706
<p>o objetivo deste artigo consiste em abordar duas propostas filosóficas acerca do tema do esclarecimento: os modelos de Sócrates na filosofia antiga e Kant na filosofia moderna. Apesar de contextos diferentes e pensamentos diversos, é possível encontrar um ponto em comum em ambos os filósofos, a saber, a defesa da razão contra qualquer forma de autoritarismo que prejudique a liberdade humana. Inclusive, Sócrates pagou um alto preço por isso, a sua própria vida. Kant, por sua vez, teve sua liberdade de expressão restrita, como foi o caso da proibição da primeira tentativa de publicação de seu livro A religião nos limites da simples razão. O legado principal que esses filósofos transmitiram às gerações é a ecessidade de uma razão crítica e autônoma que ecoa como um apelo à justiça, o sapere aude, a ousadia para servir-se do próprio entendimento, a coragem de pensar criticamente e de usar a razão contra toda e qualquer forma de opressão.</p>Francisco Jozivan Guedes de Lima
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411110.18764/2966-1196v1n1.2024.3Análise do conceito volonté générale no contrato social de Jean-Jacques Rousseau
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23712
<p>Nossa intenção neste artigo é estudar o conceito da vontade geral no Contrato social de Rousseau. A metodologia aplicada para esta pesquisa é a da análise crítica dos documentos bibliográficos. Sua problemática é a de interrogar os principais aspectos da volonté générale rousseauniana. Compreendendo que este é um conceito central do seu pensamento político, entendemos que ele se liga a todo o nosso objeto de estudo, pois tudo no Contrato social se refere à vontade geral. Nesse sentido, tendo ciência do referido contexto, é nossa missão delimitar nosso estudo dada a própria limitação deste trabalho. Para tanto, iremos avaliar a vontade geral sob três aspectos: o perigo do egoísmo para o espírito republicano; a definição da lei; e a soberania da vontade geral.</p>Manoel Jarbas Vasconcelos Carvalho
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411510.18764/2966-1196v1n1.2024.4A religião civil de Rousseau e a ideia de sentimento como contraveneno
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23716
<p>O objetivo deste artigo é examinar a expressão “sentiments de sociabilité”, que Rousseau relaciona aos dogmas da religião civil no Contrato social. Do ponto de vista histórico, examina-se o fato linguístico que atribuiu à expressão “sentiment intérieur” o significado de princípio moral, o que tornou possível a Rousseau admitir os sentimentos religiosos como móbeis da ação humana no ordenamento civil. A análise dos escritos de Rousseau não se restringe ao Contrato e busca compreender, de maneira abrangente, o conceito de amorpróprio, sobretudo no Emílio, à luz da tese do aperfeiçoamento da espécie humana difundida, no século XVIII, por obras de medicina associadas à tradição da higiene social. Todas as análises aqui apresentadas adotam como pano de fundo a relação entre a ideia de “segunda natureza” e o problema da formação de hábitos convenientes aos membros do corpo social.</p>Thomaz Kawauche
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411410.18764/2966-1196v1n1.2024.5Considerações acerca da psicologia moral de Samuel Pufendorf
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23717
<p>A ideia deste estudo é mostrar que a reflexão perceptiva de Pufendorf sobre as capacidades<br />psicológicas e físicas da natureza humana também importa por sua descrição de como as pessoas adotam a sociabilidade como seu padrão moral na prática, não apenas como fatos importantes a serem levados em consideração ao rastrear o conteúdo normativo e os limites das normas de direito natural. O argumento central avançado no artigo é que a teoria do direito natural de Pufendorf inclui um mecanismo pelo qual a interação social, guiada por, mas não reduzível à governança política, habitua as pessoas para internalizar normas moraise governar suas paixões e ações, de modo a manter e cultivar a sociabilidade.</p>Luiz Felipe Netto de Andrade e Silva Sahd
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-141810.18764/2966-1196v1n1.2024.6“Contra toda uma geração”: Formação da opinião e complô nos Diálogos
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23718
<p>A partir de uma leitura da hipótese do complô, elaborada nos diálogos de Rousseau juiz de JeanJacques, este texto procura mostrar que, para além dos elementos que refletem o estado de espírito conturbado de Rousseau no momento da escrita dessa obra, tal hipótese recobre também alguns aspectos importantes da dinâmica da opinião pública, com possíveis desdobramentos interessantes na filosofia política do Genebrino.</p>Claudio Araújo Reis
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411110.18764/2966-1196v1n1.2024.7Literatura e sociedade: os casos de Voltaire e Rousseau em foco
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23719
<p>Em estudos nos campos da história intelectual e da filosofia, a literatura pode ser uma fonte de valor inestimável para se explorar, algo que se aplica bem ao pensamento das Luzes. A análise cuidadosa das obras literárias produzidas por Voltaire e Rousseau – os autores de referência para este texto – permite compreender suas conexões com a sociedade francesa do século XVIII, tendo em vista os modos de inserção de ambos no campo literário. Quando escreviam, visavam certos objetivos que pretendiam alcançar mediante suas obras, determinadas impressões que desejavam provocar em seus respectivos públicos. O estilo que utilizavam, os temas que escolhiam, os gêneros que adotavam, tudo isso reflete os planos que faziam a fim de que o produto de suas penas fosse capaz de atingir e influenciar a razão e a sensibilidade de seus leitores. Rousseau e Voltaire, cada um a seu tempo, tornaram-se cidadãos proeminentes da República das Letras para reformar sua constituição e imprimir uma marca indelével sobre a literatura. O conto e o romance nunca mais seriam os mesmos após eles terem operado uma feliz união entre reflexão filosófica e arte literária, pois esses philosophes queriam que seus textos abrissem os olhos do público para as grandes questões sociais, políticas e morais que perpassavam suas vidas. Neste artigo, investigaremos as estratégias que eles abraçaram para realizar esse desígnio, o que nos permitirá também fazer um exercício interpretativo das relações entre a produção literáriofilosófica e seu contexto social, enfocando Voltaire e Rousseau como estudos de casos.</p>Renato Moscateli
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1412610.18764/2966-1196v1n1.2024.8Teoria estética: ou a via antidogmática do pensamento kantiano
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23720
<p>O objetivo deste artigo é mostrar que a imagem de Kant como pensador dogmático, muito ressaltada pela filosofia contemporânea, não tem nenhuma sustentação se nós considerarmos que o objetivo central da Crítica do Juízo é expor o conceito de juízo de reflexão, que tem na estética seu campo de aplicação. E como outro objetivo da obra é dar unidade ao sistema inteiro, o fato de a Crítica do Juízo ser a expressão da liberdade do pensamento relativamente a toda tipo de restrição, faz com que a ideia de dogmática, referida ao criticismo como um todo fique comprometida.</p>Pedro Paulo da Costa Corôa
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411710.18764/2966-1196v1n1.2024.9Atrás do véu da ignorância: Rousseau e as narrativas da origem da sociedade
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23722
<p>Rousseau dá ao Contrato social um começo brilhante. “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros.” Mas a magia revolucionária do começo evapora rapidamente. Rousseau quer legitimar as correntes. Para fazer isso Rousseau coloca sua teoria da socialização, desenvolvido no Segundo Discurso atrás de um véu de ignorância. Os princípios do direito político têm origens próprias. O artigo analisa as peculiaridades e os paradoxos desta nova abordagem metodológica.</p>Karlfriedrich Herb
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411010.18764/2966-1196v1n1.2024.10Rousseau e o mistério do l’air de reserve
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23729
<p>O presente artigo seria, inicialmente, uma resenha crítica em torno do Chapitre I - Des Principes matériels, do Livre I - Des Elemens des Corps et de leur composition, da obra intitulada Les Institutions Chymiques, de Jean-Jacques Rousseau. Contudo, tomou uma proporção maior. Nesta leitura, cuja fonte é o texto publicado pela Société Jean-Jacques Rousseau, de Genebra, junto ao volume 12 dos Annales 1918-19, assinala-se a participação de Rousseau no movimento setecentista de emancipação da Química em relação à Alquimia através de argumentos que destacam o propósito das Institutions de contribuir para a criação de uma Química enquanto disciplina científica que dialoga com a Física e acerta contas com a Filosofia ao estar cônscia dos próprios limites epistêmicos no tocante ao tema da essência da matéria. Trata-se de uma leitura que, em seu conjunto, termina por realçar a importância da Química como um tema caro às pesquisas em Rousseau, seja por se constituir em um desafio à difundida tese segundo a qual o autor do Discours sur les sciences et les<br />arts seria contra as ciências, seja por ser considerada uma das chaves interpretativas da obra rousseauniana. </p>Israel Alexandria CostaFhysmélia Firmino de AlbuquerqueMayra Tamires Santos Silva
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411810.18764/2966-1196v1n1.2024.11Voltaire, um filósofo engajado com questões de seu tempo
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23731
<p>A produção intelectual do século das luzes francês sempre foi alvo de polêmicas, de filósofos e estudiosos desse século, sobre seu estatuto filosófico, questionavam se o que ali foi produzido poderia ser denominado de filosófico. O principal alvo dessa polêmica tem sido Voltaire, dado seu estilo combativo, irônico e pouco sistemático. Neste artigo, minha pretensão é evidenciar que Voltaire só pode ser visto como filósofo, se entendermos a Filosofia produzida no século das luzes, de uma nova forma, não no sentido de uma filosofia escolástica produtora de grandes sistemas filosóficos, mas sim como uma filosofia engajada voltada para as questões de seu tempo e preocupada em levar as ideias esclarecidas para o seio da sociedade, possibilitando que os seres humanos exerçam sua capacidade de pensar por si mesmo e deixem de ser tutelados, seja por detentores do poder político, seja pelo poder eclesiástico.</p>Elizabeth de Assis Dias
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411410.18764/2966-1196v1n1.2024.12O antimoderno contra as Luzes: Anti-Iluminismo na filosofia de Miguel de Unamuno
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23732
<p>Este trabalho orbita ao redor da busca pelo entendimento da ideologia antimoderna em Miguel de Unamuno (1864 – 1936) por meio da análise de seus textos filosóficos (1950, 2005) e literário (1994), ancorando-nos, para isso, na proposta hermenêutica de Compagnon em Os antimodernos (2014). Nas obras do intelectual espanhol, vislumbra-se uma articulação negativa para com os ideais da modernidade tanto no aspecto epistemológico como estético, propondo, em seu lugar, uma antirracionalidade que desdenha o pensamento racionalista dos Iluministas e seu legado, que deságua em correntes tais como o Positivismo ou o Kantismo. Esta pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo nos permite observar a incisiva voz de Unamuno à idiossincrasia moderna, a qual é retratada em seus ensaios e romances como causa visceral da decadência do tempo presente. Por isso, indica à humanidade um desvio epistemológico antimoderno.</p>Walter Pinto de Oliveira NetoMárcia Manir Miguel Feitosa
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411410.18764/2966-1196v1n1.2024.13Algumas considerações sobre a experiência em Hume e Kant
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23735
<p>Meu propósito, no presente artigo, consiste no exame da noção de experiência em Hume e Kant, por considerar que ela tem uma significativa relevância quanto se trata do conhecimento dos objetos, no pensamento dos dois filósofos. Muito embora ambos concordem que não podemos conhecer objetos que não sejam dados pela experiência, discordam quanto ao significado mesmo de experiência. Minha pretensão ao tratar de tal noção é mostrar certa proximidade, mas também um certo afastamento entre os dois filósofos, na medida em que tem eles posições distintas quanto a forma de conceber a experiência e que a posição de Hume implica em um certo ceticismo com relação a possibilidade de estabelecermos um nexo causal a priori, questão sobre a qual Kant irá se debruçar na tentativa de solucioná-la.</p>Agostinho de Freitas Meirelles
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411510.18764/2966-1196v1n1.2024.14A Arcádia Lusitana
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23736
<p>A Arcádia Lusitana é um movimento literário que surgiu em Portugal no século XVIII no auge do Iluminismo. O presente artigo pretende mostrar a prática vivida durante a fundação desta Academia. A análise dos Estatutos que aqui se apresenta está sustentada numa proposta de categorização e organização que resulta da nossa leitura e interpretação. Uma leitura mais próxima e atenta dos Estatutos permite perceber as dinâmicas que estão na origem e desenvolvimentos, à época, destas instituições. A Arcádia Lusitana tem em Cruz e Silva um dos seus fundadores e um dos Árcades mais significativos do movimento. Ele surge neste artigo para ilustrar, como poeta, um pouco do espírito que está na base de um novo gosto estético que a Arcádia Lusitana pretende estabelecer nas suas Conferências, as quais visam como fim último a instrução sábia e de bom gosto dos seus sócios.</p>Custódia Alexandra Almeida Martins
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411110.18764/2966-1196v1n1.2024.15Uma linguística iluminista: comentários acerca do “Ensaio sobre a origem das línguas”, de Rousseau
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23737
<p>Com o objetivo de delinear um conjunto consistente de comentários acerca do Ensaio sobre a origem das línguas (Rousseau, 2008), em um tom revisionista-analítico, deslinda-se a possibilidade de contribuir à história das ideias linguísticas, por meio do alcance do alvo deste artigo. Portanto, ao mirar um destino, crê-se, para ir ao seu encontro, palmilhar um outro, por consequência, o que não é feito sem o necessário tracejo apreciativo. Assim, para cumprir o designo traçado para este texto, tem-se uma seção, Ideias linguísticas de Rousseau: um panorama crítico, na qual as concepções cardeais sobre linguagem e língua do filósofo iluminista são expostas e problematizadas segundo perspectivas mais atuais das ciências da linguagem. Por fim, é nas Considerações finais que se verificam as possíveis contribuições acerca do trajeto percorrido e eventuais novas aberturas a outras investigações sobre o mesmo assunto que podem ser sintetizadas, para além do horizonte traçado e alcançado aqui, na constatação de que se tem aqui um pequeno e condensado estudo de ideias históricas acerca de uma multiplicidade de temas relevantes para os iniciantes tanto no universo das ciências da linguagem quanto de áreas adjacentes no interior desta investigação. Em outras palavras, sugeremse novos exames em obras tanto do mesmo período quanto de momentos anteriores em busca de percepções distintas daquelas que atualmente configuram o grosso do senso comum, como muito bem fez em Ensaio sobre a origem das línguas de Jean-Jacques Rousseau.</p>Thiago Barbosa Soares
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411110.18764/2966-1196v1n1.2024.16 O Papel do Paradoxo na Filosofia de Jean-Jacques Rousseau
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23740
<p>Este artigo, excerto condensado da dissertação de mestrado intitulada “Escrevi sobre diversos assuntos, mas mantive os mesmos princípios” – A linguagem paradoxal como construção crítica no pensamento de Jean-Jacques Rousseau, apresentada e defendida em 2016, sob a orientação da professora Doutora Maria Constança Peres Pissarra, aborda a complexa relação entre paradoxo e contradição no pensamento filosófico de Rousseau. Partindo da definição de paradoxo encontrada na Encyclopédie de d’Alembert, exploramos como Rousseau utiliza esse conceito para se posicionar contra os preconceitos de seu tempo. Ao distinguir paradoxo de contradição, evidenciamos a importância do paradoxo como uma ferramenta crítica para desafiar as opiniões recebidas e avançar o conhecimento. A análise destaca como Rousseau, ao<br />preferir ser um homem de paradoxos em vez de preconceitos, revela uma postura metodicamente crítica e inovadora, que continua relevante para a filosofia atualmente. </p>Barbara Rodrigues BarbosaMaria Constança Peres Pissarra
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1412010.18764/2966-1196v1n1.2024.17 A diversidade de cultos em Rousseau: provocações para uma etnografia da religião
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23738
<p>O presente artigo busca investigar o argumento de Rousseau acerca da diversidade de cultos no texto da Profissão de fé do vigário saboiano, onde trabalhamos com a hipótese de que o autor estaria a instigar uma abordagem etnográfica acerca das religiões, ao questionar a possibilidade de determinar uma única religião verdadeira frente à diversidade de cultos, ao conjecturar que pensadores deveriam sair de seus gabinetes e observar diretamente os povos ao seu redor, como se só assim fosse possível alcançar uma verdadeira tolerância cultural e religiosa, superando os preconceitos e aproximando-se da essência das diferentes crenças. Por meio da análise bibliográfica, nosso objetivo é discutir as propriedades epistêmicas das provocações do autor, iniciando pela desconstrução do argumento etnocêntrico que é sustentado nos relatos de viagens, na desconfiança de Rousseau em relação às escrituras sagradas, além do papel carregado pela religião natural, esta, que revela uma tensão entre a consciência e a razão, essencial para que chegássemos a uma suposta condição de tolerância.</p>Breno Bertoldo Dalla ZenLuciano da Silva Façanha
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411810.18764/2966-1196v1n1.2024.18José Bonifácio de Andrada e Silva em Portugal, pioneiro da ecologia e da política de ambiente na cultura de expressão lusófona
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23707
<p>Neste ensaio são analisados alguns dos principais contributos de José Bonifácio de Andrada e Silva para a formação da moderna concepção das Ciências do Sistema Terrestre. Durante a sua estada em Portugal, e num longo périplo científico pela Europa, José Bonifácio desenvolveu uma concepção de Natureza que antecipa em muito o conceito de ecologia e as contemporâneas políticas públicas de ambiente. Esse feito notável aparece de modo particularmente estruturado na Memória de 1815, apresentada à Academia Real de Ciências de Lisboa.</p>Viriato Soromenho-Marques
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-141710.18764/2966-1196v1n1.2024.19Trabalho e condição humana
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23708
<p>Em A condição humana (1958), Arendt sugere que a sua teorização sobre a categoria do trabalho emerge da crítica à glorificação da atividade na Modernidade, glorificação validada pela interpretação de Marx. Ao mesmo tempo em que formula a crítica ao que ela classifica como vitória do animal laborans sobre as vidas do homo faber e do homem de ação, procurando em A condição humana recuperar as potencialidades do político, Arendt tenciona um embate contra a interpretação marxiana do termo. Pensamos que na obra acima citada, uma vez que nela está em consideração a recuperação das potencialidades do político, a reflexão sobre o valor do trabalho no interior da condição humana é dificultada. No presente texto, procuramos minorar a interpretação que identifica no trabalho o ônus da condição humana, recuperando os escritos de Arendt da década de 1930, quando a pensadora reflete sobre as condições extremas em que mesmo a estatura de animal laborans foi negada a ela e à comunidade judaica, frente à perseguição nazista. Em certa medida, condições semelhantes podem emergir com o fenômeno da automação, em que as máquinas eliminam postos de emprego, substituindo homens por máquinas, e com a atual e radical tendência à cibernetização, que substitui não só o engenho humano, mas a própria mente humana por máquinas. Para além de uma economia categorial que leve à ação, neste texto procuramos privilegiar a relação entre trabalho, dignidade e condição humana. Por este viés indicamos a relevância das reflexões de Arendt para pensar o que estamos fazendo na atualidade.</p>Odilio Alves AguiarFrancisco Jameli Oliveira Reinaldo
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411210.18764/2966-1196v1n1.2024.21 A interação entre Filosofia e Literatura no Século XVIII: o caso de Jean-Jacques Rousseau
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23782
<p>Este artigo investiga a interação entre Filosofia e Literatura durante o século XVIII, destacando o papel de Jean-Jacques Rousseau nesse contexto. No período iluminista, a relação entre pensamento filosófico e expressão literária apresentou nuances complexas, refletindo debates e transformações sociais e culturais significativas. Inicialmente, discute-se a ambiguidade da relação entre Filosofia e Literatura no Iluminismo, destacando a ausência de fronteiras precisas entre esses campos. Enquanto alguns filósofos se aventuravam em diferentes gêneros literários, como o romance, outros viam na literatura umapotencial ameaça à moralidade e à razão. Jean-Jacques Rousseau emerge como figura central nesse cenário, destacando-se por suas críticas contundentes à sociedade de sua época e à estrutura social propagada pelo Iluminismo. Embora tenha feito duras críticas ao romance, Rousseau paradoxalmente acabou por escrever um, desafiando suas próprias convicções e contribuindo para a revolução literária do período. Rousseau, por meio de suas obras e reflexões sobre a natureza humana, a sociedade e a educação, influenciou indiretamente o surgimento e a consolidação do romance como um gênero literário legítimo e expressivo. Seus escritos autobiográficos e sua obra epistolar, como Júlia ou A Nova Heloísa, revelam sua ênfase na sensibilidade e na natureza como fundamentos essenciais para uma vida moral e equilibrada. Por meio de uma revisão de literatura, este artigo traça um breve percurso desde as críticas de Rousseau aos seus contemporâneos até a escrita de seu romance epistolar, destacando sua contribuição para a interação entre Filosofia e Literatura no século XVIII e seu impacto duradouro no pensamento e na cultura ocidental.</p>Leonice da Conceição Pinheiro SilvaLuis Carlos Serra Amorim FilhoFlávio Luiz de Castro FreitasZilmara de Jesus Viana de Carvalho
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1411010.18764/2966-1196v1n1.2024.20 Editorial
https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/iluminus/article/view/23785
<p>É com muita alegria que trazemos a público a Revista Iluminus. Com esta realização, materializou-se a promessa de intensificarmos a interação entre os estudiosos da filosofia moderna da Ilustração e suas ricas possibilidades de diálogos com diversos campos do saber, promovendo uma interdisciplinaridade, objetivo maior deste periódico. A Revista Iluminus é vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal do Maranhão. Surgiu como parte de um projeto do NEPI, ou seja, a partir do amadurecimento das questões voltadas ao Século XVIII estudadas ao longo de décadas, de acordo com o desenvolvimento de estudos e pesquisas dos Grupos: Gepi Rousseau UFMA/FAPEMA/CNPq, Gepi Kant UFMA e Filosofias Psis e Teoria da Afetividade na Idade Moderna, todos vinculados ao Núcleo de Estudos do Pensamento Iluminista-NEPI, coordenado pelo Professor Doutor Luciano da Silva Façanha. Em formato eletrônico, a Revista Iluminus pretende realizar duas publicações por ano de artigos científicos inéditos multi/interdisciplinares, voltados para o pensamento das Luzes. Artigos de primeira linha, além de Crônicas, Dossiês, Ensaios, Entrevistas, Poesias/Poemas, Relatos de Experiência, Resenhas, Revisões de Literatura, Traduções e Varia, sobre todos os aspectos do Iluminismo (Ilustração), escritos em português, inglês, espanhol ou francês. Seu principal objetivo é apresentar e expandir o pensamento da Ilustração, interpretado de forma ampla, a partir de sua complexidade, envolvendo problemas formulados em todas as áreas do conhecimento que dialogam com essas ideias, presente nas dimensões da saúde, biológicas, exatas, tecnológicas, ciências humanas, ciências sociais e sociais aplicadas, por meio de diálogos com essas ideias, além de sua recepção contemporânea, seja na modalidade da continuidade ou do rompimento dessas reflexões, assumindo uma concepção integradora, dialética e totalizadora na construção do conhecimento e suas implicações no campo das diferentes áreas com uma característica articuladora, tendo como contribuições originais e inéditas. A Iluminus se esforçará para oferecer artigos com argumentação sólida e bem escrita sobre as questões que possam dar continuidade ou romper com reflexões que aparecem no Século da Ilustração. A Revista Iluminus se propõe a contribuir com a excelência da publicação da Universidade Federal do Maranhão. Seu objetivo é ser uma publicação multi/interdisciplinar de alto padrão e com impacto no Brasil e no exterior. Com esse objetivo em mente, a Revista Iluminus conta com coeditores principais, que cuidam da publicação e execução da revista, além de um Conselho Editorial e Científico de renomados autores do Brasil e do Exterior, para garantir alta qualidade em suas publicações. A publicação da Iluminus pretende estabelecer diálogos interdisciplinares, pois embora estabeleça o desenvolvimento das reverberações acerca da Ilustração, a revista deverá veicular também artigos variados que se dediquem a discutir temas relativos à área da Filosofia. O presente número, de estreia da Iluminus, conta com 18 artigos, 1 ensaio, 1 artigo na seção revisões de literatura e 1 artigo na seção varia.</p>Luciano da Silva FaçanhaFlávio Luiz de Castro FreitasZilmara de Jesus Viana de Carvalho
Copyright (c) 2024
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
2024-06-142024-06-1418