MASCULINIDADE NEGRA E A COLONIZAÇÃO: ecos do passado no presente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18764/2595-1033v5n12.2022.9

Palavras-chave:

homem negro, masculinidade negra, racismo, estereótipos, colonialismo

Resumo

Este artigo propõe uma concisa análise a respeito das construções racistas e estereotipadas sobre homens negros e masculinidade negra, bem como alguns de seus impactos na experiência dos homens negros no contexto de uma sociedade colonial. Para isso, buscamos um diálogo interdisciplinar de modo a analisar tanto construções racistas quanto alguns de seus significados — bem como o caminho mais escolhido pelos homens negros para reivindicar uma imagem positiva para si mesmos: uma masculinidade patriarcal e sexista tal qual a masculinidade branca. Deste modo, é através da história social e da teoria psicanalítica de Frantz Fanon, em conjunto com a perspectiva do feminismo negro e suas indagações sobre a masculinidade, que se encontram os caminhos teóricos e metodológicos para pensar como essas representações racistas aprisionam o homem negro nas estruturas coloniais. Conclui-se que é preciso um processo de descolonização e ruptura do homem negro das amarras e da máscara colonial para conseguir construir um novo caminho para o mesmo. Além de que este seja construído ao lado do movimento feminista negro de modo a gestar novas identidades masculinas negras, promovendo assim, a descolonização não só do povo preto da diáspora, como também da sociedade brasileira.

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Biografia do Autor

Aldeir de Oliveira Barreto, Universidade do Grande Rio Professor José de Souza Herdy

Graduado em Licenciatura em História pela Escola de Educação, Ciências, Letras, Artes e Humanidades da Universidade do Grande Rio Professor José de Souza Herdy (UNIGRANRIO).

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Publicado

2022-05-03

Como Citar

Barreto, A. de O. (2022). MASCULINIDADE NEGRA E A COLONIZAÇÃO: ecos do passado no presente. Kwanissa: Revista De Estudos Africanos E Afro-Brasileiros, 5(12). https://doi.org/10.18764/2595-1033v5n12.2022.9

Edição

Seção

Artigos