REVISITANDO O MARANHÃO: apropriação do território e escravidão sustentando a exploração econômica na América portuguesa

Autores

Resumo

 

Na América portuguesa, o processo de colonização foi proeminente na explicação do que hoje é o Maranhão. Isso, porque, os interesses em jogo implicaram em uma contundente apropriação do território que, gradativamente, foi fragmentada e se sustentou na escravidão indígena e negra africana que atravessou a Colônia, o Império e alcançou a República. A revisitação, por isso, é um mote para se ponderar o porquê da recorrência da manutenção da estrutura de dominação política, econômica e socioespacial, sobretudo, nos descendentes das pessoas que foram escravizadas. Essas, ainda assim, tiveram importantes contribuições para a formação da população, toponímia, presença de sítios arqueológicos, assim como em relação aos bens materiais e imateriais.

Palavras-chave: Colonização. Maranhão. Revisitação.

Abstract

In Portuguese America, the colonization process was prominent in explaining what today is Maranhão. This, because, the interests at stake implied in a forceful appropriation of the territory that, gradually, was fragmented and was sustained in the indigenous and black African slavery that crossed the Colony, the Empire and reached the Republic. The revisiting, therefore, is a motto to ponder why the recurrence of the maintenance of the structure of political, economic and socio-spatial domination, above all, in the descendants of the people who were enslaved. These, nonetheless, had important contributions to the formation of the population, toponymy, the presence of archaelogical sites, as well as in relation to material and immaterial goods.

Keywords: Colonization. Maranhão. Revisitation.

Resumen

En América portuguesa, el proceso de colonización fue prominente en la explicación de lo que hoy es el Maranhão. Eso, porque los interesses en juego implicaron uma contundente apropiación del território que, gradualmente, fue fragmentada y se sostuvo en la esclavitud indígena y negra africana que atravesó la Colonia, el Imperio y alcanzó la República. La revisión, por eso, es un lema para ponderar el porqué de la recurrencia del mantenimiento de la estructura de dominación política, económica y socioespacial, sobre todo, en los descendientes de las personas que fueron esclavizadas. Estas, sin embargo, tuvieron importantes contribuciones a la formación de la población, la toponimia, la presencia de sitios arqueológicos, así como en relación con los bienes materiales e inmateriales.

Palabras claves: Colonización. Maranhão. Revisitación.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Antonio José de Araújo Ferreira, Universidade Federal do Maranhão

Geógrafo. Doutor em Geografia Humana/USP. Vinculado ao Departamento de Geociências da UFMA.

Referências

ABREU, Capistrano de. Caminhos antigos e povoamento do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1975.

AYRES, Érico de O. J. Processo e política atual de desmembramento municipal no Maranhão. São Paulo, 2001. Tese (Doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo.

ANDRADE, Manuel C. de. A dinâmica do povoamento e a ocupação do espaço geográfico maranhense. In: ANDRADE, M. C. de. Nordeste. Espaço e Tempo. Petrópolis: Vozes, 1970.

___. Ensaios sobre a realidade maranhense. São Luís: IPES, 1984.

ASSUNÇÃO, Matthias R. “Histórias do Balaio”: historiografia, memória oral e as origens da balaiada. Revista História Oral, [S.l.], n. 1, p. 67-89, jun. 1998.

BANDEIRA, Arkley M. Relatório de identificação e mapeamento histórico e cultural e das comunidades tradicionais dos municípios que integram a Região Metropolitana da Grande São Luís. São Luís: Imesc, agosto 2018.

CABRAL, Maria do S. C. Caminhos do gado: conquista e ocupação do Sul do Maranhão. São Luís: Sioge, 1992.

CARVALHO, Carlota. O sertão. Rio de Janeiro: Obras Scientíficas e Literárias, 1924,

CAVALCANTI FILHO, Sebastião B. A questão jesuítica no Maranhão colonial (1622 – 1759). Recife, 1988. Dissertação - Mestrado em História - Universidade Federal de Pernambuco.

COELHO, Elizabeth, M. B. A política indigenista no Maranhão provincial. Natal, 1989, (Dissertação - Mestrado em Ciências Sociais), Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

CHAMBOULEYRON, Rafael. Escravos do Atlântico equatorial: tráfico negreiro para o estado do Maranhão e Pará (século XVII e início do século XVIII). Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 26, nº 52, p. 79-114. 2006.

D’ABBEVILLE, Claude. História da missão dos padres capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1975. [1614].

FERREIRA, Antonio J. de A. A produção do espaço urbano em São Luís do Maranhão: passado e presente; há futuro? São Luís: EDUFMA, 2014.

___. O Estado do Maranhão do Sul: velha idéia e realidade? Ciências Humanas em Revista (UFMA). São Luís, v. 4, p. 137-152. 2006.

___. Políticas territoriais e a reorganização do espaço maranhense. São Paulo, 2008. Tese (Doutorado em Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-11082009-141934/.

Downloads

Publicado

2020-11-19

Como Citar

Ferreira, A. J. de A. (2020). REVISITANDO O MARANHÃO: apropriação do território e escravidão sustentando a exploração econômica na América portuguesa. Kwanissa: Revista De Estudos Africanos E Afro-Brasileiros, 3(6). Recuperado de http://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/14315

Edição

Seção

Artigos